segunda-feira, 28 de maio de 2012

Líder Confirma a Chegada de 400 ìndios para Reforçar Manifestação


O grupo formado por 100 índios que, atualmente, estão acampando na sede da Fundação Nacional do Índio (Funai) em Rio Branco pretendem mobilizar mais 400 indígenas de diversas etnias para dar força ao manifesto. “Nossa meta é chamar mais índios para que a sociedade entenda nossas reivindicações”, declara o líder da tribo Huni kui, o cacique Ninawá.
Inicialmente, 120 indígenas estão vindo de várias cidades do estado para se juntarem aos manifestantes. Na pauta de reivindicações, os indígenas solicitam providências por parte da Funai e alegam que não houve nenhum encaminhamento por parte da instituição. “A Funai está fazendo o contrário de seu dever, que é defender os direitos dos homens indígenas. A coordenação está, inclusive, nos ameaçando e impedindo os funcionários de trabalharem”, denunciou Ninawá.
Em Brasília, líderes denunciaram violação de direitos
Ninawá afirmou que, durante a estadia dos representantes na Funai de Brasília, várias denúncias foram oficializadas. “Falamos a respeito das violações dos nossos direitos, principalmente em relação às invasões de nossas terras e os descasos na saúde e educação das aldeias”, declara.
Ele aproveitou para explicar que o grupo não voltará às comunidades sem a garantia de melhoras e garantem que ocuparam a sede da Funai para que ela cumpra com o seu principal objetivo, o de exercer, em nome da União, a proteção e promoção dos direitos dos povos indígenas.
“Atualmente a Funai está fazendo o contrário, nos ameaçando e privando dos nossos direitos. Os funcionários da instituição abandonaram o prédio, alegando que os impedimos de trabalhar. Agora querem nos retirar com força policial. Recebemos das mãos de um oficial de justiça um mandado de citação e intimação para desocupação do prédio. Se não podemos ficar na Funai onde ficaremos então?”, questiona.
Nota de esclarecimento
O grupo indígena divulgou ontem, 24, uma nota de esclarecimento à sociedade falando dos motivos da manifestação. Eles aproveitaram para expor a atual situação em que vivem. Leia os principais trechos do documento.
Em resposta às acusações contra nos, esclarecemos:

  • Nos não somos invasores. Ao contrário, as nossas terras vem sendo invadidas.
  • Não estamos, em momento nenhum, pedindo cargos públicos para nos.
  • Não ameaçamos a vida de ninguém, as nossas é que são ameaçadas, como é o caso do cacique Francisco Jaminawa, que, juntamente com sua família está ameaçado de morte, por Fazendeiros
  • A ação de reintegração de posse foi solicitada pela FUNAI sem antes buscar o diálogo com nós.
Reafirmamos nossas principais exigências:
  • A imediata retomada dos processos de demarcação de nossas terras tradicionais por parte do Governo Federal
  • Denunciamos a situação de extremo abandono no atendimento à saúde por parte da secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI) e exigimos medidas emergências e estruturantes para melhorar o atendimento à saúde em nossas aldeias.
  • Um atendimento à educação de qualidade em nossas aldeia
Fonte: riobranco.com