quarta-feira, 16 de maio de 2012

BELO MONTE: Desmistificando a construção da usina

Muito se fala que a usina de Belo Monte será construída no Xingu, que irá destruir o parque nacional do Xingu, irá afogar 7 mil índios isolados e destruir toda a nação xinguana.
Nós lutamos contra a construção da usina, mas temos a obrigação de divulgar a verdade que envolve a construção da usina, pois batalhar baseado em mentiras e enganos só geram mais descaso e omissão por parte do governo, portanto seguimos contra a construção da usina por diversos motivos que aqui serão explicados, mas deixando claro que NENHUM ÍNDIO MORRERÁ AFOGADO, a usina esta sendo construída no RIO XINGU e não no Xingu, a usina não irá destruir toda a nação xinguana e nem o parque nacional do Xingu.

Pra começar hidroelétricas também poluem o ar com a liberação de gás metano, ou seja, não são fonte de energia limpa, porém poluem menos que as termo-elétricas. Desde 2002 que o Brasil vem adquirindo um aumento no consumo de energia de 5% ao ano devido a vários fatores, mas principalmente o disperdicio de energia pela falta de consciência dos brasileiros.

A hidroelétrica de belo Monte esta calculada para uma capacidade de geração de 11.300 megawats de potencia elétrica, porém a usina não será capaz de produzir toda esta potencia durante todo o ano devido às condições físicas do rio, que darão à usina condições de produção de apenas 4.500 megawats de potencia elétrica, ou seja, menos da metade da capacidade real para que a usina fora projetada. um disperdício de dinheiro e de vida, visto que não só populações humanas que dependem do rio para sobreviver serão afetadas bem como a mata nativa e a fauna da região também são seres vivos e morrerão com a construção da mesma em 668 Km² de área atingida e 100 Km de rio com vazão reduzida ao ponto de se transformar em piscinas de água suja sem nenhuma vida.

O professor Célio Berman, ex-assessor da presidente Dilma, apresentou um projeto de repotencialização das 157 usinas hidroelétricas já existentes no Brasil e cerca de 70 possui mais de 20 anos. O que consiste em seguir a recomendação de troca de equipamentos ( turbinas, geradores e outros) a cada 20 anos por equipamentos mais novos, visto que os equipamentos antigos diminuem consideravelmente a captação da capacidade de energia pela força das águas. Trocando os equipamentos somente das 70 usinas mais velhas do brasil, já teríamos um acréscimo de 8.000 megawats de potencia elétrica com um custo menor que a média de 12 bilhões, ou seja, menos da metade do que custará a construção de Belo monte, somente com a troca de peças velhas.

15% de toda a nossa energia produzida é perdida com falhas na transmissão, 9% a mais que a media internacional que é de apenas 6% de perda ou seja, cerca de 6.500 megawats de potencia são perdidos apenas com falhas nas linhas de transmissão que poderiam ser facilmente resolvidos com um custo também pequeno. Somente resolvendo este probleminhas teríamos cerca de 14.500 megawats de potência elétrica garantidos a mais do que a potencia máxima que Belo Monte fora projetada.
Como o Brasil ainda produz mais energia do que a demanda do consumo, daria perfeitamente, segundo dados da ANEEL, para repotencializar pelo menos uma usina por ano sem afetar o consumo de energia do país. Sabemos que estes concertos são inevitáveis e o governo brasileiro insiste em deixar pra depois. Lembrando também que a energia de belo monte chegara ao seu destino final em cerca de 3.500 megawats de potencia devido a transmissão desta energia e que também o esquema forte de corrupção em torno da usina e de compra de votos segue ativo em Brasilia e no Pará.

Sem falar que a construção da usina já está afetando diretamente a psicultura e a pesca da região, única fonte de vida e de renda e subsistencia de cerca de 60 mil pessoas que vivem na região, além de estar provocando um desequilibrio sócio-ambiental e econômico absurdo na região de Altamira com o aumento da criminalidade devido a transição demografica para o local.

ESTE É O REAL MOTIVO DE SERMOS CONTRA A USINA DE BELO MONTE

Mas como Belo Monte não afetará o parque do Xingu e nem vai afogar os índios isolados?
Vejamos os mapas.

Como podemos ver no mapa, a região de Altamira, com extensão territorial de 159.696 km² localiza-se ao extremo norte do estado do Pará. o estado do Pará tem cerca de 1.247.950003 Km² correspondendo a 14,6% do território brasileiro.

podemos observar tambem que a região de altamira fica mais proxima do estado do Amapá do que do estado do Mato grosso, sendo assim impossivel fazer fronteira com o estado do Mato Grosso, nem com o parque indigena do Xingu.

Podemos ver neste mapa a localização exata de onde será construída a usina. Na volta Grande do Xingu.

Em toda a região há cerca de 26 comunidades indígenas e na parte debaixo de onde a usina será construída localizam-se as terras indígenas Pakiçamba, Arara da volta grande e Trincheira do bacajá. As outras comunidades afetadas são os Paracanã, Juruna, Xikrin, Kaiapó, e outros que apesar de serem afetados pela construção da barragem e de não terem sido consultados no inicio das operações, fecharam acordo com o governo e a  Eletronorte, para o recebimento de uma indenização mensal de R$ 30 mil reais por comunidade para aceitarem a conceção da construção da usina. O que é um absurdo visto que cada comunidade possui cerca de 200 pessoas e dividindo R$ 30 mil por 200 daria um valor infimo de apenas R$ 150,00 por mês para cada pessoa. Porém, o governo segue com a construção da usina por que ao final de tanta guerra, os únicos que poderiam impedir a construção da usina, que são os índios de altamira, acabaram por fechar acordo, muitos sob pressão forçada e ameaças por parte da Eletronorte. (informações e documentos fornecidos por lideranças indigenas da região de Altamira cujo identidade deverá ser preservada por questão de segurança)

Neste mapa podemos ver com maior clareza a localização da região de Altamira. Deveras distante do parque nacional do Xingu que fica no mato grosso. Outro detalhe importante sobre os supostos 7 mil índios isolados que morrerão afogados. Segundo os próprios indigenas da região de Altamira não existem índios isolados na região e menos ainda serão afogados com a abertura das compotas visto que de fato, nenhuma terra indigena será alagada. Porém sabemos que não precisa estar embaixo d'água para ser afetado pela usina visto que o grau de afetividade e consequências vão bem mais além do mero calculado.

Neste mapa podemos ver a localização exata do parque nacional do Xingu, situado no estado do Mato Grosso. O parque nacional do Xingu de divide em Alto Xingu, localizado na região da cidade de Canarana, Médio Xingu, localizado na região da cidade de Feliz Natal e Sinop e Baixo Xingu, localizado na região da cidade de Colider, todas no estado do Mato Grosso.

Podemos ver que o parque sequer faz fronteira com o estado do Pará, menos ainda da região de Altamira e com isso o parque nacional do Xingu não sentirá nenhum efeito provocado pela construção da usina de Belo Monte.

O que poderá acontecer, e não há dado nenhum confirmado, será um aumento simbólico nos cardumes de peixes e nas caças que possivelmente poderão de deslocar para a região.
A região do parque nacional do Xingu sofre verdadeiramente com as construções desenfreadas de PCHs (pequenas centrais hidroelétricas) nos rios que alimentam o rio Xingu como a usina de Teles pires, Paranatinga e Kuluene. Estas sim causam verdadeira preocupação aos habitantes do parque do Xingu pois atingem diretamente sua subsistência alterando a frequência de caça e diminuindo consideravelmente os cardumes de peixes afetando diretamente a vida dos indigenas, dificultando a sua alimentação.

Neste mapa estão melhor graficadas as cidades que correspondentes à região do parque indigena do Xingu.
No mapa abaixo esta a localização do parque nacional do Xingu bem como a localização das aldeias existentes em toda extensão territorial do parque para uma melhor apreciação.

Estes esclarecimentos são só para desmistificar muitas inverdades que estão sendo propagadas em torno da construção da usina e do parque nacional do Xingu e que por isso a presidente Dilma afirmou em cadeia nacional que os opositores à usina estão vivendo uma fantasia. Por que estão mesmo! 

Infelizmente a falta de informação gera tanto o abuso do governo como também o descaso do governo, bem como o descredito do governo diante de nossas reivindicações. Desmistificando a construção da usina visa dar um pouco de esclarecimento para assim reforçar a luta contra os projetos arquitetônicos que colocam ameaçam a vida de milhares de brasileiros não considerados pelas autoridades governamentais. OS INDÍGENAS.

Mas cabe deixar um sério alerta. A usina hidroelétrica de Belo Monte trará junto consigo a construção de mais 60 usinas hidroeletricas, 12 delas no rio Tapajós, onde este sim, colocará em risco de vida eminente milhares de comunidades indigenas como já fora denunciado antes na matéria A FLORESTA QUE VAI VIRAR LAGO. Também trará a viabilidade de um mega projeto arquitetônico almejado para o parque indigena do Xingu onde se localizará o maior e mais moderno aeroporto das Américas. Devido a todos estes detalhes, os indigenas do parque nacional do Xingu também se posicionam contra a construção da usina, mesmo sabendo que não serão atingidos por ela.

XINGU VIVO É BRASIL LIMPO!
NÃO À BELO MONTE!

Kuana kamayurá.