quarta-feira, 28 de setembro de 2011

JUSTIÇA MANDA SUSPENDER OBRAS DA USINA HIDROELÉTRICA DE BELO MONTE

Os povos do Xingu amanhecerão mais aliviados, pois a justiça Federal no Pará determinou a paralisação imediata das obras de construção da Usina Hidroelétrica de Belo Monte, por meio de uma liminar determinando a imediata paralisação da obra.


Por meio de nota, a Justiça Federal informou que trata-se de paralisação no "local onde são desenvolvidas atividades de pesca de peixes ornamentais associados da Associação dos Criadores e Exportadores de Peixes Ornamentais de Altamira(Acepoat)". A entidade é autora de ação ajuizada na 9a Vara Federal, especializada no julgamento de causas ambientais.


Na decisão, o juiz federal Carlos Eduardo Castro Martins proíbe o consórcio Norte Energia S.A.(Nesa), responsável pelas obras de construção da usina, de fazer qualquer alteração no leito do Rio Xingu, como "implantação de porto, explosões, implantação de barragens, escavação de canais, alteração da fauna ictiológica."


Segundo a decisão, poderão ter continuidade as obras de implantação de canteiros e de residencias, por não interferirem na navegação e atividade pesqueira. A multa diária fixada pela Vara Ambiental, caso a liminar seja descumprida, é de R$ 200 mil. Ainda cabe recurso ao Tribunal Regional Federal da 1a região, com sede em Brasília.


Na ação, a Acepoat informa ao juizo que atua na área de pesca de peixes ornamentais mediante licença de operação regularmente concedida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis(Ibama). Alega ainda que "o inicio dos trabalhos para a construção da usina de belo monte irá inviabilizar totalmente a atividade pesqueira na região, uma vez que o acesso ao Rio Xingu estará impedido, tanto para pescadores quanto para os peixes"


Segundo a entidade, a concessão da licença de instalação do complexo de belo monte é incompativel com as licenças de operações anteriores concedidas às empresas representadas pela associação, por se tratarem de atividades diferentes no mesmo local. "A continuidade das obras da hidroelétrica, segundo a Acepoat, pode resultar até mesmo na extinção das principais espécies de peixes na região do Xingu".


Carlos Eduardo Martins tambem conclui, com base em informações que constam do projeto ambiental da hidroelétrica, que os pescadores representados pela Acepoat serão diretamente prejudicados pelo inicio das obras da construção da usina e somente poderão retomar plenamente as suas atividades no ano de 2020, prazo de finalização da implantação da ultima fase de um projeto de aqüicultura que se desenvolve na região.


"Ora, não é razoável permitir que as inumeras familias, cujo sustento depende exclusivamente da pesca de peixes ornamentais realizada no Rio Xingu, sejam afetadas diretamente pelas obras da hidroeletrica, ficando desde já impedidas de praticar sua atividade de subsistência, sem a imediata compensação dos danos. O projeto de aqüicultura que será implantado no inaceitável prazo de 10 anos, ao menos em uma análise superficial, não garantirá aos pescadores a manutenção das atividades durante tal periodo, mormente por que a licença de implantação das etapas que darão inicio à construção da usina já fora expedida pelo Ibama em Junho de 2011", afirma o juiz federal.


Leia a decisão na íntegra:



Fonte:

Justiça Federal - secção Judiciária do Pará

Portal da Justiça Federal

Ponto de pauta



quinta-feira, 22 de setembro de 2011

CODIGO FLORESTAL É APROVADO EM COMISSÃO DO SENADO

BRASÍLIA -A polemica reforma no Codigo Florestal deu mais um passo nesta Quarta-feira(21/09), depois de passar pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do senado.

Aprovado na CCJ o projeto deverá passar ainda por mais três comissões; a de Agricultura, de Ciencia e Tecnologia e do Meio Ambiente, antes de seguir ao plenario da casa.

O projeto tramita a mais de dez anos e só em Maio deste ano, a proposta fora aprovada na Câmara dos Deputados, depois de a votação ter sido adiada por três vezes. Além do texto-base do deputado Aldo Rebelo(PCdoB-SP) o plenario aprovou outra emenda, que retira do Governo Federal a exclusividade de regularizar ocupações em APPs, alem de ampliar o leque de atividades nessas regiões. Este é um dos pontos mais polemicos do texto aprovado pela Câmara.

A aprovação evidenciou uma falha na base do governo, visto que fora redigida pelo PMDB, leganda aliada de Dilma Roussef e apoiada por partidos diversos, alem de ter fortes laços de dependencia com o PSDB.

Embora Dilma tenha declarado que vai vetar qualquer dispositivo que considerar prejudicial ou que consolide o desmatamento, fica dificil de acreditar, visto que esse veto teria que ser necessario para a reforma inteira, incluso no tocante a anistia dos criminosos que ja desmataram e que ficarãm impunes ao crme cometido.

O senador Luis Henrique (PSDB-SC) assegurou ter feito poucas alterações no texto original da câmara e que deixou a redação mais clara, principalmente no tocante a emenda do PMDB, para evitar interpretações que permitam o desmatamento.

De acordo com o senador, foram inseridas "travas" para evitar a ma interpretação deste dispositivo. Foi determinada que a supressão vegetativa ou a atividade em APPs só seriam realizadas em caso de utilidade publica, interesse social ou de baixo impacto ambiental. Disse que ocorrerão somente nas hipoteses citadas.

Depois da conversa com a Ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, na ultima semana, Henrique promoveu mais modificações. Uma delas deixa a cargo do Executivo Federal a definição de atividades não previstas no texto que poderiam ser consideradas de utilidade publica e, portanto, poderiam ter autorização para desmatamento. Antes do encontro com a ministra, o texto tambem dava essa autoridade aos governos estaduais, o que fora retirado com a modificação.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Jovem Professor Xinguano Fala de Sua Preocupação Com Relação Ao Futuro do Xingu

O jovem Awakatu Kaiabi, 27 anos, solteiro, da etnia Kaiabi do baixo Xingu, fala com exclusividade em entrevista ao Frente de Ação Pro-Xingu, sobre a sua preocupação com o futuro do Xingu, usando exemplo das outras nações indigenas.

O jovem professor e estudante de enfermagem, conta de seus medos e receios, ele conta de uma conversa com uma amiga enfermeira de um dos polos de saúde:

-Eu estava falando esses dias com uma pessoa aqui, tipo, falando sobre os povos indigenas. Tipo, uma enfermeira aqui do polo.

Tipo, Tava falando sobre a usina....o que ela achava...Daí ela falou que é contra pois nos aqui vai ficar sem alimentos, ou seja, sem peixe e tal...

Tipo assim, semre vim analisando. Não sei por onde começar. Mas assim, que a nação indigena, independente de etnia, agente nunca tivemos união antes de uma coisa acontecer. Tipo, Só pensamos na união quando as coisas acontecem!

Eu penso que nós indigenas teriamos que ser unidos sempre, a todo momento, fazer uma politica unica para a nossa nação.

A gente pode ate estar unido, mas tipo, tem muitos parentes que fazem coisas somente pra etnias deles. A gente não pensa em todos os indigenas, digo, organização sobre esse tipo de coisa!

Se alguem pensasse em fazer uma politica pros povos, uma politica unica, a gente não estaria nessa briga contra a usina!

Os povos tem que ta unidos em todo momento! Não só na hora!

O que voce diz sobre o futuro das terras indigenas?

- Eu fico preocupado com as terras indigenas de um modo geral. Tipo, essa usina é só o começo dos que irão acontecer com as terras indigenas!

Tipo, tenho medo por que, se acabar o Xingu, como outras terras indigenas, a gente vai morar na cidade, e o lugar aonde nós seremos servos, no minimo, nas favelas!

Tenho medo por que a cultura, costumes, vão acabar, por isso quero falar com alguem que possa pensar nesse sentido, em querer fazer uma politica unica para todos!

27 anos de idade e vejo um futuro assim! Hoje mesmo eu sonhei e no sonho estava eu e um amigo Kamayurá que mora aqui. No sonho estava-mos caçando. Daí no sonho, agente foi parar na cidade. No sonho questionei pra ele que a cidade ja estava se aproximando da nossa reserva.

No sonho fiquei preocupado, quando acordei, tipo, fiquei pensando ...o que significa isso?

Ate comentei com meu primo e outros que estavam ouvindo eu contar, tipo, tava falando que um dia o Xingu vai acabar. Fico preocupado por que imagino meus povos sofrendo, tipo, sem terra para eles viverem!

Qual sua opinião sobre o indio viver na cidade? Voce acha que é possivel uma vida na cidade sem perder a cultura, os costumes e ter o mesmo estilo e qualidade de vida que se tem na aldeia?

- Bom, na minha opinião, sim. Acho isso um avanço. Mas analisando muitos jovens, pois um dia eu ja fui e me considero, jovens ate hoje....

Um exemplo, eu não conseguia imaginar que um dia eu estaria lutando pelo meu povo. Quando estudava na cidade, eu falava minha lingua, escutava musicas indigenas, e sempre nas ferias is visitar as aldeias do meu povo. Pra mim, não tem como deixar a cultura por que se nós nascemos na aldeia e vamos pra cidade estudar e voltamos depois de concluir, falar que não sabe mais falar a lingua ou esqueceu o costume....Isso pra mim é frescura!

A gente não pode ter vergonha!

Muitos não pensam em voltar para as suas origens! Tipo, eles mau acostumaram e acham que a vida de urbanos é melhor de se viver, sendo que aqui é o melhor lugar pra se viver!

Ja pensei nisso, mas analisando as questões, ate mesmo certos preconceitos, percebi que estava errado. quanto a esse conceito.

Fazendo uma comparação sobre a vida na cidade e a vida na aldeia, pra voce, qual oferece melhor qualidade de vida, maior liberdade?

- Sobre a qualidade de vida, eu sempre tive liberdade em todos os lugares e acho que não depende do lugar onde voce esteja e sim voce que faz a liberdade e inteligencia para ter a liberdade de viver e fazer o certo para ter a sua liberdade. Quanto ao modo de vida, tem coisas boas sim, mas aqui tanto lá, na minha opinião não há diferença.

Voce sabe que o governo tem um projeto pra acabar com algumas reservas indigenas, dimiuir outras e transformar o Xingu em uma base militar....O que voce opina sobre isso?

- Bom... Acabar ou destruir ta na cultura deles né? São de origem e como o criador fez assim, nós indigenas sempre estamos aqui protegendo o que temos de pedaço. Quanto transformar o xingu em base militar, eu na verdade sou contra isso. Por que as nossas liberdades vão estar aonde? Qual a verdadeira intenção disso tudo? Por que a base militar?


Baseado nas informações de desapropriar, na minha opinião acho isso desumano! Acaba com a liberdade, moradia de uma nação. Primeiro tem que analisar isso, se direitos humanos permite isso. Por que eles tem que acabar com as terras indigenas? Por que? O que as terras indigenas tem a ver com isso?



Se grandes proprietarios acabar com as matas e florestas, por que nós temos que pagar por isso? Tenho vontade de dizer algumas coisas para esses inteligentes que vivem pensando em só ganhar dinheiro, enquanto a vida do ser humano esta em risco.



E sobre o projeto de criação de novos estados para o Brasil, na sua opinião, que tipos de impactos isso pode causar para os povos indigenas?

-Eu não sei se isso vai fazer diferença mas se caso acontecer, certeza que algumas coisas vai sim ser beneficio aos povos indigenas. Mas do outro lado, as autoridades certeza vão querer mecher com terra indigena e isso seria um impacto para os irmãos indigenas.

Voce pertence aos povos do Baixo Xingu, que serão os mais afetados com a construção da usina por estarem mais proximos do lugar da construção. O que voce tem a dizer sobre isso? Qual a posição do governo para com os povos do Baixo Xingu e qual a postura dos povos desta região?

- Uma coisa que eu tenho pra dizer é que esse pais esta sendo uma vergonha. Eles querem maltratar os povos indigenas. Não se importam! Quanto ao povo do Médio Xingu, obvio que isso desrespeita sua cultura e sua dignidade.

A usina, bom, muitas pessoas penasm só em ficar sem o peixe, sabendo que o peixe é fundamental para alimento dos povos indigenas do xingu. Mas a minha preocupação é maior, é com o futuro dos povos indigenas. Imagino o povo do xingu sem terra, vivendo em povoados...Isso é o medo que eu tenho sobre isso, por que a usina vai acabar com o rio e aonde vão querer tirar os povos do xingu por falta de água que vai secar.

Sobre a postura dos meus queridos xonguanos do Baixo Xingu, olho nos olhos deles e vejo que eles estão inseguros, com medo. Sobre o governo, não sei se posso chamar de governo, pois governa não assim que se governa! Uma atitude infantil! Não tem respeito pelo dono dessa terra. Acho isso uma vergonha para um pais que tenta se desenvolver acabando com o dono desta terra"


Vocês vivem sob a liderança de um cacique, que comparando com o governo brasileiro, o Cacique atual seria a Dilma....Pra você, o que significa ser liderançaw O que significa ser Cacique?

- Vixe! Eu comparar um Cacique com essa tal aeh!?


Não posso comparar e sim falar que um Cacique é bem melhor que qualquer governo. Pra mim ser um lider é fazer o bem para o seu povo, nunca fazer mal a ninguem. Para ser Cacique é primeiro respeitar todos iguais, não importa se é outros parentes ou não, indigena ou não-indigena. Ser Cacique é virtude de ser humano toda a vida.

O que voce gostaria de dizer diretamente às autoridades politicas brasileiras?

-Que eles precisam se educar mais um pouco e aprender com a nação indigena a ser mais gentil e legal. Saber usar a inteligencia, não só na ganancia e sim no desenvolvimento para todos.

...

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

OEA RETROAGE SOBRE BELO MONTE

A decisão da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), da Organização dos Estados Americanos (OEA), de retirar a medida cautelar contra o Brasil, exigiindo a paralisação das obras da usina Hidroelétrica de Belo Monte, foi noticiada nesta quinta feira, 15 de setembro, pelo jornal o Globo.

Sem fazer alarde, o Palácio do Planalto saboreia há um mes uma importante vitoria no processo instalação da usina hidroeletrica de Belo Monte, no Pará. A Comissão Interamericana de direitos Humanos da OEA, que há cinco meses havia baixado uma medida cautelar pedindo ao governo brasileiro que suspendesse as obras da usina, enviou uma carta à presidente Dilma Rousseff, se retratando e pondo um ponto final no impasse.

A revelação foi feita ontem ao GLOBO pelo especialista em segurança pública Adam Blackwell que esta em visita ao Brasil desde o ultimo domingo(11), conversando com autoridades brasileiras sobre desarmamento e processo de pacificação de favelas.

-Este assunto esta encerrado para nós. Creio que o que houve foi falta de informação dos integrantes da comissão - Diz Blackwell acrescentando que a medida cautelar foi retirada em 1° de agosto.

A medida cautelar que despertou a ira do palacio do planalto e teve como consequencia a divulgação de uma dura nota do chanceler Antonio Patriota, foi publicada para atender as comunidades indigenas representadas por organizações não governamentais. Patriota chegou a chamar em Brasilia, o embaixador do Brasil em Washington junto à OEA, Ruy Casaes, em uma demonstração de descontentamento.

Foi a primeira vez que as pressões contra Belo Monte ultrapassaram as fronteiras, e uma comissão da OEA tentou interferir diretamente no processo de construção da usina. Se a CIDH mantivesse sua posição e o Brasil não cumprisse a determinação, o Brasil poderia ser julgado em corte internacional de direitos humanos e, numa hipotese tida como imporvavel por tecnicos do governo e especialistas, em ultima instancia seria expulso da OEA.

Ao receber o comunicado sobre a medida cautelar, o governo brasileiro enviou uma carta à CIDH com informações tecnicas a respeito do processo de licenciamento para a construção da hidroeletrica. A comissão argumentava que as comunidades indigenas não foram ouvidas.

Além de enviar uma resposta sobre belo monte baseada em criterios tecnicos à CIDH, o governo brasileiro retirou a candidatura de Paulo Vannuchi para representante do pais na comissão, no lugar de Paulo Sergio Pinheiro. Foi encaminhada uma carta ao secretario geral da OEA, osé Miguel Insulza.

-Vencida esta etapa, vamos melhorar ainda mais as nossas relações - Afirmou Blackwell

Ele é canadense e esteve no Rio no inicio da semana onde conheceu algumas favelas pacificadas, como as do complexo do alemão. Em Brasilia, conversou com o ministro da justiça, José Eduardo Cardoso, sobre a possibilidade de o Brasil transmitir aos visinhos sua experiencia no processo de desarmamento no pais.

Por Eliane Oliveira/Brasilia
Fonte: www.itamaraty.gov.br

ÍNDIOS AMEAÇAM QUEIMAR MAQUINAS E FECHAR RODOVIA

Alem de estrada, os índios querem a construção de uma Casa de Saúde indígena.
Lideranças querem negociar com representantes de órgão deferal.

Os índios da etnia kaiapó, que paralisaram as obras na BR-163 no norte do Mato Grosso na manha de terça-feira, 13 de Setembro, encurtaram o prazo para que representantes do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes(Dnit) compareçam no local para negociar o desbloqueio. Em documento encaminhado por volta das 13h da quarta-feira, 14 de Setembro, ao Dnit, as lideranças indigenas afirmaram que, caso as exigencias não sejam cumpridas, o trafego na rodovia será interrompido.

Na nota, os indios ameaçam atear fogo nas pontes de madeira que existem na rodovia para interromper o trafego de veiculos. "Se dentro de três dias não tivermos algo concreto via Dnit, vamos queimar todos os equipamentos das empreiteiras que estão fazendo o asfalto." diz um trecho do documento. Na terça-feira, os indios tinham dado um prazo de 10 dias para que as reinvidicações fossem atendidas.

O manifesto dos índios da etnia Kaiapó acontece em um trecho que passa por obras de asfaltamento entre os municipios de Guarantã do Norte, a 721 Km de Cuiabá, e Castelo do Sonho, no Pará. Por volta das 7h de terça-feira(13), os índios confiscaram as chaves das maquinas das empreiteiras que atuam da estrada e desde então aguardam a presença de representantes do Dnit.

Além da construção de uma estrada que ligue a BR-163 à tribo KBK, os indigenas reinvidicam a construção de uma Casa de saude Indigena. Na carta, os indigenas reclamam que estão sendo desprezados.

Até o momento as maquinas das empreiteiras permanecem no patio da FUNAI em Novo Progresso, no Pará, e as chaves em poder dos índios.

A assessoria do Dnit afirmou que o diretor geral do órgão, Jorge Fraxe, solicitou à FUNAI para interceder junto às lideranças indigenas a fim de reunir uma comissão para tratar do assunto em Brasilia.

Fonte:
G1, Portal de Noticias da Globo

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

BELO MONTE, MAIS DO QUE UMA USINA, UM ESQUEMA FORTE DE CORRUPÇÃO ATIVA!

E quem disse que a culpa é exclusivamente do PT?



O desarquivamento do projeto de belo monte foi realizado durante a gestão presidencial de Fernando Henrique Cardoso, quando, em reunião com os demais interessados, se deu conta do lucro que este empreendimento lhes iriam trazer. Foi então que alianças entre os partidos envolvidos se fortaleceram, o governo foi estrategicamente trocado e quem assumia a nova gestão presidencial era o então Luiz Inácio Lula da Silva, que alegou construir belo onte de qualquer maneira, ainda que sozinho!


Embora diversos especialistas em economia, ambientalismo, engenharia civil entre outros cientistas atestassem a inviabilidade da obra, o governo, mesmo diante de tantas manifestações populares e mais da metade da população brasileira gritarem explicitamente que não querem belo monte, insiste na construção da obra.


Mas vejamos o por que disso tudo?


Como mentiras tem pernas cutas, por mais oculto que esteja um segredo, quando mais de uma pessoa toma conhecimento do mesmo, este deixa de ser um segredo.


O grupo de TV independente MEDIALIVRE, por meios de cameras escondidas, conseguiram gravar um vídeo que prova um ardiloso esquema de corrupção ativa que nunca foi noticiado pelas grandes midias nacionais.


O video foi produzido em 2008 e mostra como foi tratada a negociação da facilitação da entrada do projeto em Altamira.


O vereador Roosevelt Oliveira do PT, em arquivos retirados do sistema de comunicação santa terezinha, afirma que foi feita uma negociação envolvendo empresários da cidade, a prefeitura de Altamira, vereadores e empreendedores construtores de belo monte.


Uma denuncia de compra de votos para facilitar a instalação da barragem.


Diante de uma câmera escondida, os empresários Lenon, que estão a serviço da Norte Energia revela que membros da Norte Energia recolheram várias assinaturas de diversos diretores de orgãos publicos locais, para garantir a liberação da licença de Belo Monte.


O vereador Ademar Teixeira do PMDB contra da pressão que sofreu por parte da Lenon e da Norte Energia, para assinar a concordancia da liberação da licença, ingressando no esquema de corrupção, em uma negociação de votos e dinheiro, uma propina de 100 mil reais oferecidas ao vereador em nome do presidente da Norte Energia, Carlos Nascimento do PMDB.


Diversos nomes envolvidos, entre eles Marcelo Coimbra, Jader Barbalho, Domingos Juvenil, entre outros, devidamente citados na gravação, que tambem deixa explicito que o comando geral das negociações em reapeito a Belo Monte é do PSDB.


Vejam agora o video com muita atenção!



quarta-feira, 7 de setembro de 2011

GRANDE ATO NACIONAL CONTRA A CORRUPÇÃO E CONTRA BELO MONTE

No dia da independência brasileira, manifestantes se reunem em todas as cidades do Brasil em uma grande corrente contra a corrupção!

Em São Paulo, cerca de 900 pessoas se reuniram na avenida paulista em uma manifestação pacifica porém muito marcante.

Movimento apartidário, em um ato simbolico, queimaram a bandeira do PT como protesto pelo governo camuflado petista.

Os manifestantes se vestiram de preto e pintaram os rostos para protestar, entoando canticos que enfatizavam o orgulho de serem brasileiros e sua indignação pela corrupção politica e governamental, bem como a manipulação das grandes mídias.

O ato se iniciou as 9:00 hrs da manha em frente ao MASP e seguiu pela avenida paulista até o cruzamento da Av da consolação, retornando até o cruzamento com a Brigadeiro Luis Antonio, retornando assim ao vão do MASP onde realizaram discursos em combate a corrupção e atos abusivos do governo encerrando o ato cantando o Hino Nacional Brasileiro.

Ambientalistas organizados aproveitam a presença de autoridades durante o desfile militar para protestar em defesa da amazonia e do Xingu. O "GRITO DE DEFESA DA AMAZONIA" organizado pela rede Xingu Vivo, se deu tambem em diversas cidades brasileiras. Cerca de 60 manifestantes organizaram uma passeata paralela à das Forças Armadas que acontecia na Av Presidente Vargas, com a presença de autoridades, carregando faixas e cartazes contra a construção da usina Hidroelétrica de Belo Monte.

Alguns manifestantes estavam caracterizados com pinturas indigenas nos rostos. A ideia de se juntar ao desfile das Forças Armadas foi impedido pelo policiamento, porém, deram a volta e se posicionaram diante das autoridades que assistiam o desfile, mas só foram autorizados a entrar na avenida no final do desfile. Diante do palanque ja esvaziado, realizaram atos simbolicos de preservação da Amazônia.

Sabemos que a razão principal da construção da usina Hidroelétrica de Belo Monte é a manutenção de um esquema corrupcional antigo, e que irá render uma gorda quantia aos interessados, camiflada em atos burocraticos como licitações de empreendedoras e superfaturamento de obras.

Belo Monte é só o ponto inicial de uma série de medidas abusivas e criminosas do governo brasileiro, que são cuidadosamente articuladas e projetadas de modo que beneficiem muitos envolvidos nos esquemas de corrupção. O mensalão é um bom exemplo de esquema corrupcional praticado pelos membros que deveriam ser os representantes do povo, além de outros esquemas criados para manter a "roda da fortuna" dos engravatados.

A realidade é que o povo brasileiro esta cansado de pagar altos impostos para manter a boa vida dos poderosos que semeam fortunas com desvio de verbas publicas. Apesar de serem citados em outras emissoras como "MOVIMENTO DO GRITO DOS EXCLUIDOS" este ato trata-se de brasileiros de todas as classes sociais, de todas as raças, de todas as etnias, que não toleram mais ser furtados pelos membros do governo em esquemas de corrupção, mascarados em obras falsamente beneficas, criadas simplesmente como uma forma de manter o esquema ativo, como a construção da usina Hidroeletrica de Belo Monte no Rio Xingu em Altamira do Pará.

O fato é que enquanto não obtiver-mos uma real democracia, e continuarmos sob os efeitos da ditadura, não iremos nos calar e as manifestações populares só irão aumentar cada vez mais, pois o governo jamais poderá parar o Brasil........mas certamente, o povo brasileiro pode, E VAI parar o governo brasileiro!

1, 2, 3, 4, 5, 1000 OU PÁRA BELO MONTE OU PARAMOS O BRASIL
6, 7, 8, 9, 10 HONRAMOS ESTA TERRA DEBAIXO DOS NOSSOS PÉS
CHEGA! BASTA DE CORRUPÇÃO! EU QUERO O MEU DINHEIRO PRA SAÚDE E EDUCAÇÃO!



NOTA: O NE TV, jornal local de recife, ao fazer a reportagem sobre o ato em Recife, referiu-se a uma de nossas associadas como sendo uma "piadista" que estava na manifestação fazendo uma PIADA ao segurar uma faixa com a frase "EM DEFESA DA AMAZÔNIA, NÃO A BELO MONTE".
Um comentario infeliz visto que a construção da usina de Belo Monte colocará em risco a vida de milhares de pessoas causando um gigantesco dano ambiental irreversivel. Fato extremamente sério pra ser tratado como uma piada.
Fica aqui o nosso repúdio e nossa exigencia de retratação à emissora por tal ridiculo comentário.
Informamos tambem que medidas legais serão tomadas juntamente ao Ministério Publico Federal.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

TRAGÉDIA - INCÊNDIO NA ALDEIA KISÊDJE NO ALTO XINGU - Toda ajuda é bem vinda




O Cacique Kuiussi Suyá, mostra o estrago causado por um intenso incêndio que devastou a aldeia Ngojwêhere da etnia Kisêdje, localizada na terra indígena Wawi, tambem conhecida como região Leste Xingu, no parque indígena do xingu.


Trata-se da principal aldeia do povo Kisêdje, com cerca de 370 habitantes. A aldeia ficou conhecida no mundo quando a top Gisele Bündchen gravou um comercial no local.


O Cacique diante de sua comunidade agora destruida pelo fogo comenta: "o fogo era como um inimigo que destruiu a aldeia e depois foi embora"


O incêndio foi iniciado por volta das 13:40 da tarde, no dia 18/08/2011 , e destruiu mais da metade das casas da aldeia. Constatado a gravidade da ocorrência, o coordenador Nhonkoberi Suyá e o substituto Inukulá Kaiabi se dirigiram até o local e registraram a situação conforme relatório abaixo.


Cenário do incêndio


"No dia em que ocorreu o incêndio o Cacique estava de passagem com sua familia pela cidade de Canarana-MT. A noticia o obrigou a voltar conosco para a aldeia.


Chegando por volta das 20:00, a impressão que tivemos logo da entrada da aldeia era a de que não tinha mais aldeia, mas sim um grande acampamento em circulo. Os pilares das casas ainda estavam em chamas em meio a escuridão. Destacavam-se tambem as fogueiras das familias desabrigadas, acampadas proximas as arvores onde puderam armar algumas redes que restaram.


Na manhã seguinte pudemos observar a dimensão do que foi destruido. Das 26 casas que formavam o circulo da aldeia, apenas 9 ficaram em pé. 17 casas destruidas e 190 pessoas desabrigadas. Das casas queimadas não restou absolutamente nada a não ser alguns materiais em aço que resistiram as chamas como bicicletas, ferramentas, canos de espingardas, facões, foices, machados todos encurvados sem condições de reutilização.


Visitando cada familia ouvimos relatos do quão rápido o fogo se espalhou, não dando a menos chance de retirarem os pertences de dentro das casas.


Segundo informações o incendio se iniciou de uma queimada de lixo no dia anterior, que foi monitorada até o processo final e apagada. Possivelmente uma brasa que permaneceu no solo, voltou a incendiar com a ventania do dia seguinte, e só foi notado quando se tomou proporção maior. Moradores da casa proxima combateram o inicio do incendio quando ainda se concentrava nos capins e pomares há uns 40 metros da casa. Contam que de repende ouviram pessoas gritando que a casa estava pegando fogo. Tudo foi muito rápido.


Em meio a ventania surgiram redemoinhos que disseminou o fogo para as casas visinhas atingindo volumes cada vez maiores. Moradores subiram na tentativa de apagar o fogo dos telhados de palha, "mas o calor era insuportavel" (conta Winti Suyá.)


Houve pânico geral na aldeia quando o fogo, seguindo os redemoinhos e a direção do vento que mudavam constantemente, foi atingindo as casas. Os pretences que foram retirados e colocados mesmo a uma distancia de 30 metros pegaram fogo pela intensidade do calor das chamas. As tentativas de apagar o fogo pararam quando se começou a ouvir a munição das espingardas disparando devido ao calor. " não valia mais a pena arriscar nossas vidas" (contam os moradores)

Após registrar-mos as imagens do local e ouvir-mos os relatos, o Cacique Kuiussi mandou convocar uma reunião. E debaixo da sombra de uma mangueira reuniu os moradores para planejarem o rumo que a comunidade irá seguir de agora em diante. O Cacique expressou toda a sua lamentação pelas perdas materiais das familias, mas ressaltou que sua maior preocupação era com a integridade fisica das pessoas e estava aliviado de saber que não houve nenhum ferido. Homens e mulheres contam os prejuizos, mas concordam com o líder de que a vida dos maridos, esposas, filhos e netos era o mais importante.


" perdi minha casa mas posso construir denovo" encorajou Percorró

" perdi rede, arcos, flechas, remos, cocares, meus enfeites" lamentou outro.


Kuiussi apos ouvir a todos comunica de que está confiante de que muita gente irá ajudar a sua comunidade se reerguer. Informa que ja tem uma estimativa de perdas.


"A perdas é grande! Não podemos repor tudo para as familias, mas ja temos lista de materiais prioritários. Vamos enviar para ogs e orgãos do governo e pessoas que querem nos ajudar." afirma o Cacique.


Kuiussi se referia a lista de materiais considerados emergenciais, levantados com a ajuda dos membros da associação AIK, funcionarios da saúde e da CR_Xingu. A relação contem ferramentas para a construção das casas, ferramentas para roça, recipientes para fabricação de alimentos e materiais para levantamento de acampamentos.


O Cassique Kuiussi, diante de sua comunidade com a aldeia destruida pelas chamas, afirma que o fogo foi como um inimigo que destruiu sua aldeia e foi embora. E ressalta que isso sirva de grande lição para todos e que como o inimigo deve ser levado a serio, ser vigiado e deve ser pensada uma forma de prevenção para que outros incidentes como este não voltem a acontecer. Lembrou aos jovens do grupo de brigadista indigena em formação, que o ocorrido foi uma experiencia pra eles, que combater fogo envolve seriedade por que coloca em risco a vida das pessoas. Em seguida informa a todos sobre sua proposta para toda a comunidade.


" Mandei chamar todos voces por que tomei uma decisão sobre a nossa aldeia. Como vêem, maior parte esta destruida. Não é mais minha vontade permanecer aqui. Estou propondo a abertura de uma nova aldeia. Peço a opinião de todos."


O cacique não estava propondo mudança de região, mas a abertura de uma nova aldeia há 300 metros dali. A proposta foi aceita com unanimidade e o Cacique encerrou a reunião.

O objetivo de abrir uma nova aldeia é de se livrar de alguns problemas que a atual aldeia apresentava como enchurradas pelo terreno inclinado, que possibilita a entrada de água dentro das casas. A proxima aldeia sera projetada em um terreno mais plano. E o mais importante, o circulo da aldeia seria bem maior, de modo que as casas sejam construidas numa distancia consideravel como estrategia de segurança contra incendios. Na aldeia atual as casas tinham diatancia de 5 metros, mesmo que os Kisedje quisessem construir com distancia maior, a aldeia não suportava mais casas, o que levou algumas familias a construires suas casas nos espaços que eram possiveis.


A conversa sobre a abertura de uma nova aldeia trouxe novos planos para a comunidade. Resgatou o animo e a coragem das pessoas para se reerguerem, mesmo a reunião acontecendo do lado de casas ainda esfumaçando.


O incidente ocorrido na aldeia Ngojwêre foi o de maior volume, mas é um problema cada vez mais frequente em época de rio baixo (julho e agosto) nas aldeias do Xingu. Os xinguanos estão se concientizando de que o manejo do fogo não é mais como antigamente. Cada vez mais as chamas ficam mais dificeis de serem controladas. Sentem e sabem que algo está mudando, tudo esta mais seco. "Então acompanhando as mudanças no clima aqui e no mundo. Antes nós tocava o fogo e logo ele apagava. Hoje não acontece mais isso!" diz o Cacique.


Os Kisedjes estão mais confiantes de que terão apoio de parceiros institucionais e de pessoas amigas. Este apoio terá que vir com urgencia. As familias que não tiveram suas casas atingidas acolheram os parentes o maximo que puderam e as casas estão lotadas. Mitas familias estão acampadas ao ar livre. Nessa época faz muito frio de noite no Xingu e muitos estão agasalhados insuficientemente com o que restou das cobertas e roupas. De dia ficam a merce do sol e logo vira a epoca de chuva. Enfim, a condição em que estão expostas as familias desabrigadas, podem comprometer a saude dessas pessoas inclusive de inumeras crianças que estão entre elas.


Por Ianukulá Kaiabi Suyá


FOGO NA ALDEIA - Indio manda carta triste para enfermeira do Casai


O terrivel incendio que se abateu sobre a aldeia Nojwêre dos indios Ksedje deixou marcas pelas perdas materiais que afetou pelo menos 200 pessoas. Um dos desabrigados escreveu uma pequena carta endereçada a enferneira Íris, da Casa de apoio a saude do indio - Casai, em Querência, onde relata sua tristeza pelo ocorrido.

25 de agosto de 2011

Bom dia

Estou escrevendo para este carta para voce.
Como vai, tudo bem com voce?
Comigo ta tudo bem aqui, só minha casa que queimou tudo, eu fiquei muito triste e perdeu muita coisa.
Eu fiz sua pulseira, queimou tambem. Então era isso eu queria dizendo para voce.

Um abraço
Ass: Mbentykari K Suyá

As contribuições solidárias deves ser enviadas ao CEFIQUE.
Interessados entrar em contato com CEFIQUE pelo numero
(66) 35 29-1760

Necessitamos de ajuda com urgencia!
Os índios Ksedjê agradecem todo o apoio e ajuda recebida.