terça-feira, 29 de novembro de 2011

Sindicato rural e prefeito de Iguatemi Ameçam Índios e são Surpreendidos por Secretário da Presidência

Em primeira mão, o FRENTE DE AÇÃO PRO-XINGU diulga as ocorrencias vindas diretamente de Dourados-MS, relatando a ocorrencia de novas ameaças contra os Guarani-Kaiowá, desta vez, disnte do secretário da presidencia.

Por Tonico Benites
Ao relato abaixo, acrescento que o secretário Paulo Maldos nos disse que ficou "impressionado com a prepotência do prefeito e dos outros fazendeiros".
Paulo disse à eles que não podem agredir os índios e se algo acontecer à comunidade eles serão chamados imediatamente para esclarecimentos, sendo considerados supeitos.
Segundo Eliseu Lopes, membro do Conselho Aty Guasu, "os políciais da Força Nacional revistaram e apagaram as fotos que o prefeito e os outros fazendeiros tinha feito dos índios. O Paulo ficou vendo tudo e só depois se identificou e o prefeito ficou sem graça. Ele pensou que era só a Fundação Nacional do Índio (Funai) que estava com a gente".
POR TONICO BENITES
ANTROPÓLOGO GUARANI KAIOWÁ-MEMBRO DE ATY GUASU
DECLARAÇÃO DE AMEAÇA DE MORTE
Vimos através deste documento socializar e denunciar as ameaças de morte ocorridas no dia 27/11/2011, às 16:15 h, na estrada pública distante 20 km da entrada do acampamento indígena tekoha Pyelito kue-Mbarakay, município de Iguatemi-MS.

Cerca de 100 lideranças indígenas guarani e kaiowá, após Aty Guasu no tekoha Yvy Katu, encerrada na manhã desse mesmo dia, fomos acompanhar a comitiva da Presidência da República do Brasil (Sr. Secretário de Articulação Social da Secretaria-Geral da Presidencia, Paulos Maldos, acompanhado do sr. Thiago Garcia e do sr. Bruno, da Secretaria de Direitos Humanos) em visita ao dito tekoha Pyelito kue-Mbarakay.

A comitiva da Presidência da República do Brasil atendeu a solicitação do Conselho da Aty Guasu, por isso agendou uma visita ao acampamento do Pyelito-Kue Mbarakay. A equipe visitou o acampamento destruído na margem da estrada pública. No local, o grupo indígena foi atacado violentamente por pistoleiros no dia 23/08/2011. Ali, aconteceu reunião Aty com a comitiva do Governo Federal. O encontro durou três horas – de 13:00 a 16:00. As lideranças do Pyelito Kue- Mbarakay narraram ameaças de morte existente contra o acampamento. Todas as noites há tiros de arma de fogo em torno do acampamento, não há segurança. Além disso, no acampamento, não há assistência à saúde e educação. A comitiva federal e sua visita foram escoltadas por equipe da Força Nacional de Segurança Pública.

Depois desta reunião, às 16 horas, retornamos do acampamento Pyelito, e, quando chegamos à encruzilhada da vicinal com a estrada asfaltada que liga Iguatemi a Tacuru, nos deparamos com as três caminhonetes. Os quatro ocupantes desses veículos estavam filmadoras na mão, filmando-nos. Fizeram ameaça publicamente: “Vamos queimar esses ônibus com índios! Índios vagabundos! Ficam invadindo fazendas”. Disseram ainda: “Recebi orientação da Roseli do CNJ para fazer isso, cercar os senhores e filmar e tirar fotos. Isso não vai ficar assim não! Esses índios vão pagar pelos seus atos, invasores das fazendas! Por isso tiro fotos... Ninguém pode com nós! Nós que mandamos aqui. Vai acontecer do jeito que nós queremos, nunca vamos deixar os índios e nem a FUNAI invadir fazendas”. E assim continou, filmando nós todos, com voz de tom nervoso. Diante disso, a polícia da Força Nacional e os integrantes da comitiva da Presidência da República desceram dos carros oficiais para conversarem com os quatros que estavam tirando foto. Um deles se apresentou como prefeito de Iguatemi, e outro, como presidente do Sindicato Rural de Iguatemi-MS. Os dois são fazendeiros da região de Pyelito Kue-Mbarakay.

Nós todos, cem lideranças, fomos filmados, tiraram as nossas fotos, e antes mesmo de a policia retirar dele a máquina fotográfica, entregaram para outra pessoa, em caminhonete S 10 que saiu imediatamente do local indo em direção à cidade de Iguatemi-MS.

Diante disso, pedimos a todas as autoridades, com urgência, que tomem providências legais cabíveis em relação ao caso narrado, em que houve ameaça de morte anunciada pelo prefeito e pelo presidente do Sindicato Rural. Ver algumas fotos em anexo.’

Aty Guasu do povo Guarani e Kaiowá-MS
assinamos e encaminhamos este documento.

27/11/2011, Aty Guassu na margen da estrada publica - Pyelito Kue, no acampamento destruido pelos pistoleiros das fazendas no dia 23/08/2011 às 20hs














Prefeito de Iguatemi e presidente do sindicato rural, filmando a todos e ameaçando em 27/11/2011, as 16:14hs, na entrada do acampamento Pyelito Kue














  O momento da ameaça. Homem que se apresenta como prefeito de Iguatemi, proprietario de fazenda na área de Pyelito Kue-Mbarakay ( com o dedo em rise) reforça ameaça aos indígenas alegando que agia sob orientações de Roseli do CNJ












Lideranças da Aty GUassu ficaram do outro lado da estrada enquanto a comitiva da presidencia dialogava com o grupo de fazendeiros, com segurança feita pela equipe da Força nacional de Segurança Publica.













Apelo enviado em 28/11/2011 no periodo da tarde, via Fecebook pelo parente Sassa Tupinambá que se encontra em Dourados pouco antes das ameaças.

"Ainda estou na regão de Dourados e hoje, eu e o Cacique Ládio, recebemos um telefonema de lideranças indígenas dizendo que um grupo de fazendeiros estão indo para Puelito Kue, onde ontem estivemos com representantes do governo e movimento indígena. Ontem, ao sairmos da aldeia em direção a rodovia, na estrada de terra que corta a fazenda, quando fomos abordados pelo presidente do sindicato rural Marcio Sorgatto e um grupo de fazendeiros que, mesmo com a presença das autoridades e da Força Nacional, se mostraram arrogantes para com os indigenas. Tiraram fotografias e filmaram como forma de ameaça. No momento mais tenso da conversação o prefeito da cidade mencionou que queria me prender por eu ter falado que ele é aliado dos fazendeiros, me acusando de desacato. Mais uma vez a comunidade será atacada por fazendeiros que foram prontamente atendidos pelo prefeito de Cidade de Itamarati, o José Roberto, do PSDB, contra os indigenas. Puelito Kue é a mesma aldeia que sofreu ataque na ultima sexta-feira. A força nacional deve ir para o local com urgência!" (Por Sassá Tupinambá)

Fontes informativas:
Sassá Tupinambá
Tonico Benites
Mayalú Txucarramae

sábado, 26 de novembro de 2011

IBAMA Vai Apurar Conduta de Agente em Prisão de Indígena no Amazonas


Fiscal do Ibama afirmou que índio não poderia viajar com o ornamento. Indígena representaria Amazonas na Conferência das Cidades, em MG e Líder é Preso por se Recusar a Tirar o Cocar na Sessão de Embarque



O líder indígena Paulo Apurinã foi detido pela Polícia Federal (PF), na tarde desta quarta-feira (23), após se negar a tirar o cocar no setor de embarque do Aeroporto Internacional Eduardo Gomes, em Manaus. Segundo a Fundação Nacional do Índio (Funai), Apurinã foi impedido de viajar por um fiscal do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama).

A Funai informou ao G1 que o índio viajava usando um cocar de penas de animais silvestres. O fiscal do Ibama tentou recolher a peça, alegando que o objeto não possuía autorização do Instituto, comprovada por meio de um selo.

Ainda de acordo com a Fundação, Paulo Apurinã declarou que não viajaria sem o cocar pois a peça era sagrada. O fiscal do Ibama solicitou então ajuda à Polícia Federal. Segundo a Funai, a medida estressou o indígena, que empurrou um policial.

O superintendente do Ibama, Mário Lúcio Reis, disse ao G1 que Apurinã não se identificou como indígena no início da discussão, e contou ainda que o índio estava muito irritado. "Ele estava alterado e acabou desacatando a autoridade policial. A cultura indígena é totalmente permitida nas terras deles, mas fora toleramos principalmente em eventos. Ele deveria ter dito que era índio antes", declarou.

Paulo Apurinã foi algemado e encaminhado à sede da Polícia Federal, onde prestou depoimento. Após dar esclarecimentos sobre o caso, Apurinã foi liberado.
O líder indígena viajava para Belo Horizonte, Minas Gerais, onde representaria os povos indígenas do Amazonas na Conferência das Cidades, que começa nesta quinta-feira (24).
O Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) informou, nesta quinta-feira (24), que vai apurar se houve conduta irregular por parte do servidor público do órgão envolvido em confusão envolvendo um líder indígena no dia 23, no Aeroporto Internacional Eduardo Gomes, em Manaus.

De acordo com o Ibama, o corregedor-geral do instituto, Marcos Guimarães, está em Manaus para apurar o caso junto à Polícia Federal e à superintendência da autarquia no Amazonas.

Ainda segundo o Instituto, caso existam indícios de procedimento irregular, será instaurado imediatamente o procedimento administrativo contra o agente
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O Caso
O líder indígena Paulo Apurinã foi impedido de viajar pelo fiscal do Ibama, após se recusar a tirar o cocar.

Segundo a Fundação Nacional do Índio (Funai), o índio viajava usando um cocar de penas de animais silvestres. O fiscal tentou recolher a peça, alegando que o objeto não possuía autorização do Instituto, comprovada por meio de um selo. O líder também teria se recusado a apresentar o Registro Administrativo de Nascimento Indígena (Rani).
De acordo com a Fundação Nacional do Índio (Funai), Apurinã declarou que não viajaria sem o cocar pois a peça era sagrada. O fiscal do Ibama solicitou então ajuda à Polícia Federal. Segundo a Funai, a medida estressou o indígena, que empurrou um policial. Em seguida, o índio foi preso por desacato.
Paulo Apurinã foi algemado e encaminhado à sede da Polícia Federal, onde prestou depoimento. Após dar esclarecimentos sobre o caso, Apurinã foi liberado.
Fonte: Portal G1
Nota: Esperamos que o Líder Paulo Apurinã não engula a seco esta conduta racista e discriminatória do agente o IBAMA e abra processo indenizatório contra a instituição, pedindo inclusive a exoneração do agente, para que sirva de exemplo a todos os indígenas e agentes do governo. NÓS TAMBÉM TEMOS DIREITOS!! FORÇA IRMÃO PAULO...ESTAMOS COM VOCE!

OPERARIOS DE BELO MONTE INICIAM PARALISAÇÃO


Trabalhadores do canteiro de obras da hidrelétrica de Belo Monte, em Vitória do Xingu (oeste do Pará, a 945 km de Belém), iniciaram uma paralisação por tempo indeterminado nesta sexta-feira (25) por melhores condições de trabalho.
 É a segunda manifestação de insatisfação dos trabalhadores de Belo Monte em menos de 15 dias.

Eles reivindicam folgas para visitar suas famílias durante o Natal e reclamam da alimentação fornecida no canteiro de obras, além de pedir melhorias nos salários e nos benefícios.

Existem 1.800 trabalhadores no canteiro de obras de Vitória do Xingu.

O Consórcio Construtor de Belo Monte confirmou que há uma manifestação dos trabalhadores no canteiro, mas ainda não soube dar detalhes sobre o caso.

A assessoria de comunicação informou que o reajuste salarial será negociado no final deste mês com o sindicato. Afirmou ainda que as "baixadas", folgas para viagens para visitar a família, são definidas nos contratos dos trabalhadores.

Na semana passada, o consórcio demitiu 150 trabalhadores, dias depois de um protesto no qual eles se queixavam de desvios de função.

Segundo os trabalhadores, as obras hoje estão paradas por causa da manifestação. O consórcio ainda não confirma a informação.

No mês passado, outro protesto paralisou as obras --índios e outros manifestantes invadiram o canteiro de obras para reclamar dos possíveis impactos da construção da usina.


Fonte: FOLHA.COM

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

SHEILA JURUNA É BRUTALMENTE AGREDIDA

O Comitê Xingu Vivo, fórum composto por dezenas de entidades que lutam contra a construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte e a destruição da Amazônia, manifesta publicamente solidariedade à Sheila Juruna, importante liderança da Aldeia Boa Vista, povo Juruna. Sheila foi alvo de agressão física durante reunião ocorrida no sábado passado, na referida aldeia, ficando, em decorrência da violência sofrida, com diversas escoriações e hematomas por todo o corpo.
Ao contrário de defender os direitos socioculturais dos povos, preservar o meio ambiente e proteger os territórios indígenas contra a destruição de seus bens naturais, a FUNAI, subserviente a Norte Energia S.A (NESA), atua criando intrigas, enganando, iludindo e jogando irmãos contra irmãos, parentes contra parentes. Foi isso o que o Coordenador regional da FUNAI em Altamira fez na comunidade de Sheila Juruna.
A recente demissão do Cacique Kayapó Megaron Txucarramãe, da coordenação da FUNAI de Colider – MT, mostra bem como esta fundação tem agido contra todos que ousam se opor as empreiteiras, mineradoras e outras empresas que implementam obras de desestruturação da vida na Amazônia.
As conseqüências das ações da FUNAI tem sido devastadoras, em especial para a juventude indígena que, seduzida pelos bens e recursos oferecidos, deixam-se enganar e cooptar, perdendo suas referencias históricas e culturais, ficando sujeitas a todo tipo de problemas, como alcoolismo, drogas, exploração sexual, perda de valores e até mesmo da própria vida.
Ao contrário do Governo federal, da FUNAI e da NESA, Sheila Juruna sempre será uma guerreira contra a destruição do rio Xingu, contra a construção de Belo Monte. Suas ações em defesa dos povos indígenas são reconhecidas nacional e internacionalmente. Este é o exemplo que devemos seguir.
TODO APOIO E SOLIDARIEDADE A SHEILA JURUNA, GUERREIRA DO XINGU!
Belém, 16 de novembro de 2011
ASSINAM ESTE MANIFESTO:
- Associação Paraense de Apoio às Comunidades Carentes (APACC)
- Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais (ABONG)
- Associação Indígena Tembé de Santa Maria do Pará (AITESAMPA)
- Associação dos Empregados do Banco da Amazônia (AEBA)
- Associação dos Concursados do Pará (ASCONPA)
- Associação Sindical Unidos Pra Lutar
- Comissão Pastora da Terra (CPT/PA)
- Conselho Indigenista Missionário Regional Norte II (CIMI)
- Comitê Dorothy
- Companhia Papo Show
- Coletivo de Juventude Romper o Dia
- Central Sindical e Popular CONLUTAS
- Diretório Central dos Estudantes/UFPA
- Diretório Central dos Estudantes/UNAMA
- Diretório Central dos Estudantes/UEPA
- Federação de Órgãos para Assistência social e educacional (FASE – Amazônia)
- Fórum de Mulheres da Amazônia Paraense (FMAP)
- Fundação Tocaia (FunTocaia)
- Fórum da Amazônia Oriental (FAOR)
- Fórum Social Pan-amazônico (FSPA)
- Fundo Dema/FASE
- Grupo de Mulheres Brasileiras (GMB)
- Instituto Amazônia Solidária e Sustentável (IAMAS)
- Instituto Universidade Popular (UNIPOP)
- Instituto Amazônico de Planejamento, Gestão Urbana e Ambiental (IAGUA)
- Movimento de Mulheres do Campo e da Cidade do Estado do Pará (MMCC-PA)
- Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST)
- Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB)
- Movimento Luta de Classes (MLC)
- Movimento Estudantil Vamos à Luta
- Mana-Maní Círculo Aberto de Comunicação, Educação e Cultura
- Movimento Hip-Hop da Floresta (MHF/NRP)
- Partido Socialismo e Liberdade (PSOL)
- Partido Comunista Brasileiro (PCB)
- Partido Socialista dos Trabalhadores Unificados (PSTU)
- Partido Comunista Revolucionário (PCR)
- Rede de Educação Cidadã (RECID)
- Rede de Juventude e Meio Ambiente (REJUMA)
- Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos (SDDH)
- Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público Federal do Pará (SINTSEP/PA)
- Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES-SN)
- Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras da Gestão Ambiental do Estado do Pará (SINDIAMBIENTAL)
- Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil de Belém e Ananindeua
- Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários de Ananindeua e Marituba (SINTRAM)
- Sindicato dos Trabalhadores das Instituições Federais de Ensino Superior no Estado do Pará (SINDTIFES-PA)
- Movimento Articulado de Mulheres da Amazônia (MAMA)
- Fórum Carajás
- Instituto Humanitas
- Instituto Madeira Vivo (IMV)
- Instituto de Educação Popular de Rondônia (IEPRO)
- Organização Coletiva dos Pescadores Tradicionais de Jaci-Paraná-Pirá
- Rede de Entidades em Defesa da Vida – Porto Velho/RO
- Assembléia Nacional de Estudantes Livre – ANEL Santarém
- Centro de Estudos e Defesa do Negro do Pará (CEDENPA)
- Rede Bragantina de Economia Solidária
- Juntos! Juventude em luta
- Juntas! Coletivo de mulheres
- Rede Emancipa – Movimento social de cursinhos populares
http://www.ihu.unisinos.br/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=49542

GENOCIDIO - ìndios Kaiowá Sofrem Crimes Cruéis no MS (Atenção, imagens fortes)

Por Claudemir Mazucheli
Em 21 de janeiro de 2011



Estas fotos foram tiradas por um fotógrafo que não pode se identificar pois corre risco de morte. Se trata de um genocidio que está acontecendo no Brasil, não devemos fechar os olhos para esta gente que está sofrendo todo tipo de discriminação e violencia. As crianças morrem de desnutrição e os adultos, por não vislumbrar saídas acabam se entregando à bebida ou se suicidam. A mortandade infantil é altíssima e os assassinatos também. Os medios de comunicação se negam a divulgar isto porque lá é "terra de Gilmar Mendes" (segundo as próprias palavras do fotógrafo que plasmou estas atrocidades) , uma mafia que não tem medo de assassinar quem for questionar ou até tentar ajudar esta pobre gente. O objetivo é transformar as reservas em plantação de soja e criação de gado e isso já está acontecendo!!!

Tem uma foto de um índio morto a pauladas no rosto, indios jovens que se suicidam vítimas da depressão e o alcoolismo e crianças mortas de desnutrição. As aldeias são incendiadas para forçar os índios abandonar a terra...Vejam os desenhos das crianças, em todas as imagens aparece gente sendo assassinada pois essa é a realidade destes pequenos filhos esquecidos do Brasil!


Por favor, repasse, queremos que isto chegue às mãos de alguma pessoa que possa ajudar!!!!


Segundo o fotógrafo que nos encaminhou estas fotos a única possibilidade para estos índios é a interferencia dealguma instituição de peso ESTRANGEIRA de direitos humanos pois a MAFIA que está exterminando estos índios está infiltrada em várias instancias do poder e são poucos os que tem coragem de fazer alguma coisa pois estes mafiosos ameaçam e matam mesmo!

FOTOS
Atenção!! Não as vejas se for seneivel.


 






































A HISTORIA SE REPETE

Cerca de quinze indígenas parentes do cacique Marcos Veron protestaram na segunda-feira do dia 21 de Fevereiro de 2011 em frente ao Fórum Jarbas Nobre, na capital paulista, pedindo justiça no júri popular que decide o destino de três réus acusados da morte do líder do povo Guarani-Kaiowá, ocorrida em janeiro de 2003 em Juti (MS).
O julgamento começou às 12h30. O júri sorteado é formado por seis homens e uma mulher. A sessão teve início com a leitura de peças. As vítimas, que deveriam ser as primeiras a serem ouvidas, perderam o voo e só chegaram às 18h30 em São Paulo.
Estevão Romero, Carlos Roberto dos Santos e Jorge Cristaldo Insabralde foram recebidos com revolta pelos membros da tribo. Eles eram acusados de homicídio duplamente qualificado (por motivo torpe e meio cruel), tortura, seis tentativas qualificadas de homicídio, seis crimes de sequestro, fraude processual e formação de quadrilha. Outras 24 pessoas foram denunciadas por envolvimento no crime.
“Se fosse índio, que matou três ou quatro fazendeiros, hoje o julgamento já tinha acontecido”, protestou a filha do cacique, Valdelice Veron, filha do cacique assassinado, que trouxe suas três filhas –de 15, 13 e dois anos– do Mato Grosso do Sul para acompanhar o júri.
“Eu não queria estar aqui. Não sei onde vou dormir, mas tive que vir. Eu falei para os meus filhos que nós não vamos ter o cacique de volta, mas isso vai devolver nossa dignidade. Até hoje não somos aceitos. A gente espera justiça, ser respeitado com nossa diferença e com nossa especificidade”.
Já o advogado dos réus Josephino Ujacow afirmou não existirem provas contras os clientes. “O Ministério Público se alicerça em ilação e conjectura. Eles não tiveram participação neste crime, não existe prova”, afirmou. Para o advogado, o depoimento das vítimas “não tem nenhuma valia”. “É ditado pelo rancor”, completou.
O júri popular, durou entre oito e quinze dias, pode gerar a primeira condenação pela morte de um indígena no Mato Grosso do Sul, região de conflitos envolvendo o povo Guarani-Kaiowá e cujos índices de violência são os mais altos entre todas as comunidades indígenas do país.
Ao todo, sete vítimas, todos indígenas, foram ouvidas pela juíza federal Paula Mantovani Avelino, no Fórum Jarbas Nobre. Uma delas foi Ládio Veron, filho do cacique morto. Depois, cinco testemunhas de acusação (três indígenas), duas de defesa e uma do juízo também prestaram depoimentos. Por último, estava previsto o interrogatório dos três réus, mas eles não eram obrigados a comparecer.
Para Saulo Feitosa, secretário-adjunto do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) no Mato Grosso do Sul, “o julgamento é uma resposta histórica a esses assassinatos e demais crimes que vêm acontecendo no MS”. “Será um marco se trouxer uma resposta favorável aos indígenas, que há muito acompanham os sequestros, torturas, prisões e assassinatos de seus parentes.”

Júri transferido

O júri foi transferido do Tribunal do Júri de Dourados (MS) para São Paulo a pedido do Ministério Público Federal, que alegou que os jurados não teriam a isenção necessária naquele Estado, devido ao preconceito na sociedade local e ao grande poder de influência do proprietário da fazenda reclamada pela tribo de Veron, Jacinto Honório da Silva Filho. Ele foi acusado de coagir os índios a mudarem seus depoimentos.
O plenário possui 60 lugares. Segundo a Justiça Federal paulista, a maior parte será ocupada por parentes e convidados das vítimas. O caso ganhou notoriedade porque Veron já representou a comunidade em eventos internacionais. É acompanhado pela Fundação Nacional do Índio (Funai) e por organizações não-governamentais ligadas aos direitos humanos.
O MPF defende a aplicação da pena máxima. Já a defesa dos acusados deve alegar que o crime foi cometido dentro da própria tribo, o que é comum entre os guarani-caiová, além de falta de provas contra os clientes.
Segundo a denúncia, os índios acampados na fazenda Brasília do Sul, em Juti, região sul do MS (veja no mapa ao final em Taquara), sofreram dois ataques de um grupo formado por cerca de 30 homens armados que trabalhariam para o dono da propriedade.

Entenda o crime

No dia 12 de janeiro de 2003, o grupo teria perseguido um veículo e atirado contra os indígenas –duas mulheres, um adolescente de 14 anos e três crianças de 6, 7 e 11 anos. Na madrugada seguinte, os agressores atacaram o acampamento.
Sete índios foram sequestrados, amarrados na carroceria de uma caminhonete e levados para local distante da fazenda, onde passaram por uma sessão de tortura. Ládio disse ter quase sido queimado vivo. A filha dele, Geisabel, grávida de sete meses, foi arrastada pelos cabelos e espancada. Marcos Veron, à época com 73 anos, foi agredido com socos, pontapés e coronhadas de espingarda na cabeça e morreu por traumatismo craniano.

Língua indígena

O júri foi adiado em maio de 2010 após decisão da juíza Paula Mantovani, que determinou que as oitivas dos indígenas ocorressem em português. Como forma de protesto pela necessidade de um intérprete, o procurador Vladimir Aras abandonou a sessão. Agora, quatro procuradores da República devem atuar na acusação: Marco Antônio Delfino de Almeida, de Dourados, Rodrigo De Grandis e Marta Pinheiro de Oliveira Sena, de São Paulo, além do procurador-regional Luiz Carlos dos Santos Gonçalves.
“Oxalá esse caso inaugure uma era do fim da impunidade. No que depender do MPF, pena máxima é pouco”, afirma Gonçalves.  “É um caso que teve repercussão internacional, porque foi a morte de uma liderança indígena que lutava pelos seus direitos ancestrais”, complementa. Já sobre a necessidade de um intérprete de guarani, o procurador acredita que “a juíza vai avaliar a situação”. “Confiamos na prudência dela.”
Segundo o procurador, os valores culturais dos indígenas são o ponto central da acusação. “Queremos centrar fogo nessa questão, da terra, da luta dos índios pelo seu direito linguístico, de comunicação. Vamos fazer um júri, não para falar mal de ninguém, mas para falar bem dos índios, que não têm lugar nem para sepultar os seus mortos. Esse crime, que é de 2003, aconteceu nesse contexto na luta de afirmação do direito indígena à terra”, adianta.
Este é o terceiro caso no país de transferência de um processo para outro Estado. Os dois primeiros ocorreram no julgamento de Hildebrando Pascoal, quando os júris federais foram transferidos de Rio Branco para Brasília. O ex-deputado federal foi condenado a 18 anos de prisão em regime fechado pelo assassinato do mecânico Agílson Firmino dos Santos, o Baiano, morto com golpes de motosserra em 1996, no Acre.
O júri do caso Veron não é o primeiro julgamento de homicídio contra um indígena no Mato Grosso do Sul, mas pode ser a primeira condenação. Em 1983, Marçal de Souza, líder da etnia guarani-nhandevá, foi assassinado em uma disputa de terra. Os acusados pelo crime, Líbero Monteiro de Lima e Rômulo Gamarra, foram absolvidos dez anos depois. Em razão da demora, a acusação prescreveu.

Taxa de homicídios entre Guaranis-Kaiowás é 20 vezes maior do que a de SP

Funai (Fundação Nacional do Índio), Cimi, ISA (Instituto Sociambiental), lideranças indígenas, antropólogos e representantes do Ministério Público de Federal em Mato Grosso do Sul compartilham da mesma posição: causa principal da violência entre caiovás é a falta de terras

Documentario Fala Sobre Genocidio Contra os Kaiowás

Foi lançado nesta terça-feira (21) uma versão HD para internet do documentário que denuncia o processo de genocídio dos Guarani Kaiowá. “À Sombra de um Delírio Verde” mostra a triste situação do povo indígena com a maior população no Brasil que trava, quase silenciosamente, uma luta desigual pela reconquista de seu território contra as transnacionais do agronegócio. Trata-se de uma produção independente (assinada por produtores da Argentina, Bélgica e Brasil) que procura expor em 29 minutos as sistemáticas violências vividas por este povo.

http://vimeo.com/32440717

Contexto atual

Na última sexta-feira (dia 18) um grupo de pistoleiros fortemente armados promoveram no acampamento Tekoha Guaiviry, município de Amambaí, Mato Grosso do Sul, um forte ataque uma ataque conta a comunidade Guarani Kaiowá. O massacre teve como alvo o cacique Nísio Gomes, 59 anos, executado à tiros. Depois de morto, o corpo do indígena foi levado pelos pistoleiros – prática vista em outros crimes cometidos contra os Guarani Kaiowá no Mato Grosso do Sul. Além da morte de Nísio, dois adolescentes e uma criança permanecem desaparecidos. 

Infelizmente, devido à impunidade de seus autores, há décadas esta prática já se tornou comum no estado do Mato Grosso do Sul, como pode ser comprovado no documentário “À Sombra de um Delírio Verde”. Este é o segundo massacre com as mesmas características promovido somente este ano.  

A situação de violência contra os Guarani Kaiowá os coloca em relatórios de organismos internacionais como uma das piores situações vividas por um povo indígena no mundo.

"A ONG Anistia Internacional disse que o caso é "chocante" e criticou a lentidão das autoridades no processo de demarcação de terras na região", destacou a agência inglesa BBC.

"O vice-presidente do Conselho dos Direitos da Pessoa Humana, Percílio de Souza Lima neto, a morte do cacique foi uma tragédia anunciada", registrou o jornal O Estado de São Paulo


Sinopse

Na região Sul do Mato Grosso do Sul, fronteira com Paraguai, o povo indígena com a maior população no Brasil trava, quase silenciosamente, uma luta desigual pela reconquista de seu território.

Expulsos pelo contínuo processo de colonização, mais de 40 mil Guarani Kaiowá vivem hoje em menos de 1% de seu território original. Sobre suas terras encontram-se milhares de hectares de cana-de-açúcar plantados por multinacionais que, juntamente com governantes, apresentam o etanol para o mundo como o combustível “limpo” e ecologicamente correto.

Sem terra e sem floresta, os Guarani Kaiowá convivem há anos com uma epidemia de desnutrição que atinge suas crianças. Sem alternativas de subsistência, adultos e adolescentes são explorados nos canaviais em exaustivas jornadas de trabalho. Na linha de produção do combustível limpo são constantes as autuações feitas pelo Ministério Público do Trabalho que encontram nas usinas trabalho infantil e trabalho escravo.

Em meio ao delírio da febre do ouro verde (como é chamada a cana-de-açúcar), as lideranças indígenas que enfrentam o poder que se impõe muitas vezes encontram como destino a morte encomendada por fazendeiros.

Notas sobre o filme

“À Sombra de um Delírio Verde” (The Dark Side of Green) é uma produção independente realizada sem recursos públicos, de empresas ou do terceiro setor. Trabalharam de forma associada a repórter televisiva belga An Baccaert, o jornalista Cristiano Navarro e o repórter cinematográfico argentino Nicolas Muñoz.

O filme começou a ser rodado nas aldeias da região sul do Mato Grosso do Sul, em abril de 2008, e contou com apoio logístico da Associação de Professores Guarani Kaiowá, do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) e da Foodfirst Information & Action Network (Fian international). Sua finalização, feita de maneira “quase artesanal”, foi concluída em janeiro de 2011.

A maior parte das informações apuradas nas comunidades, com órgãos públicos e com associações de produtores rurais fazem parte dos trabalhos de investigação que Navarro desenvolve desde 2002 junto ao Cimi. 

Sete músicas de fundo foram compostas especialmente para o documentário por Thomas Leonhardt. O grupo de hip-hop Bro’w, que canta a música No Yankee, é formado por jovens Guarani Kaiowá de comunidades das aldeias de Dourados, Mato Grosso do Sul. 

A narração do documentário em português foi feita pela cantora sambista Fabiana Cozza. O documentário também possui narrações em espanhol, francês, inglês, alemão e holandês.

Mais do que um simples produto audiovisual, os realizadores do filme têm como expectativa utilizar o documentário para fazer uma denúncia internacional sobre a grave situação em que vive o povo Guarani Kaiowá, apoiando assim a sua luta pela reconquista de seu território tradicional.

http://www.thedarksideofgreen-themovie.com/

Ficha técnica:
Título Original: À Sombra de um Delírio Verde Documentário (The Dark Side of Green)
Gênero: Documentário
Produção: Argentina, Bélgica, Brasil
Tempo de Duração: 29 min
Ano de Lançamento: 2011
Direção, produção e roteiro: An Baccaert, Cristiano Navarro e Nicolas Muñoz
Narração em Português: Fabiana Cozza
Música composta por Thomas Leonhardt

Festivais
5º Festival de Cinema da Floresta (sem patrocínio da Petrobras ou BNDES)
23º Festival Cinémas d’Amérique Latine 2011, Tolouse, France