sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Povo Parakanã de Altamira-PA Comunicam Invasão ao Sítio Pimentel, Com Paralisação das Obras de Belo Monte Nesta Madrugada

O povoParakanã das aldeias Apterewa e Xingu, juntamente com indígenas das etnias Aarara e Juruna comunicaram por meio de carta e telefonemas, a invasão do sítio pimemtel para esta madrugada, com finalidade de paralisação das obras de Belo Monte.

O motivo é o não cumprimento do acordo firmado entre indigenas, governo e consessionárias responsaveis pela construção da usina.

Conforme indígenas, as terras estão invadidas por fazendeiros ilegais, grileiros, garimpeiros e madereiros ilegais que os impedem de plantar e caçar. Diversas denuncias já foram feitas sem que nenhuma providência fosse tomada por parte das autoridades.

Afirmaram os Parakanã por telefone à Kuana Kamayura que os homens estão deixando suas mulherese filhos nas aldeias e partindo para a luta dispostos a MATAR OU MORRER.

O governo firmou acordo com os indígenas das regiões afetadas pela construção da usina, uma quantia indenizatória no valor irrisório de R$30.000,00 por aldeia, o equivalente a meros R$ 80,00 por pessoa e mesmo assim o acordo não foi cumprido e a indenização não foi paga.

Segue a carta com o comunicado do povo parakanã:




Por Kuana Kamayurá

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

BA – Jagunços incendeiam carro do IFBA, ameaçam professor@s e espancam Edson Kayapó, próximo a Buerarema

Por Edson Kayapó
Mais um carro (oficial) incendiado e professores e motorista da Licenciatura Intercultural Indígena do Instituto Federal da Bahia (IFBA) ameaçados. Foi hoje, por volta das 11h: um grupo de quatro capangas interceptou  o carro do IFBA, em São José da Vitória, nas proximidades de Buerarema.
Eu estava com os professores João Veridiano (Antropólogo), a professora Julia Rosa (História Indígena) e o motorista. Tínhamos concluído atividades da LINTER em Olivença e estávamos a caminho de Pau Brasil, onde teríamos atividades na aldeia Caramuru (Pataxó Hã Hã Hae). Os capangas pararam o carro e disseram: “tem um índio no carro” e, em seguidas, fomos violentamente expulsos do carro e o veículo foi levado por eles.
Fui orientado pelos colegas de trabalho a voltar de táxi para Itabuna, uma vez que os capangas demonstravam ódio contra índios. Foi o que eu fiz. No entanto, o taxi foi interceptado em Buerarema e lá fui espancado e ameaçado de morte por pessoas desconhecidas.
O carro do IFBA foi incendiado e jogado no meio da BR, na cidade de São José da Vitória. Os colegas de trabalho estão bem, na delegacia da cidade. E eu, nem sei onde estou… Escondido? De quê mesmo? Não cometi nenhum crime.
A violência contra nossos povos não recua e toma proporções alarmantes.
As autoridades pouco esforços mobilizam contra esse estado de coisas.

Edson Kayapó recebeu sua educação em um mosteiro de padres onde foi coagido a esquecer sua cultura, o que por força deste guerreiro não aconteceu. Hoje possui formação em PHD pela PUC-SP e atua na área da educação nas aldeias indígenas da Bahia compreendendo a etnia Pataxó hã hã hãe.