Por Edson Kayapó
Mais um carro (oficial) incendiado e professores e motorista da Licenciatura Intercultural Indígena do Instituto Federal da Bahia (IFBA) ameaçados. Foi hoje, por volta das 11h: um grupo de quatro capangas interceptou o carro do IFBA, em São José da Vitória, nas proximidades de Buerarema.
Eu estava com os professores João Veridiano (Antropólogo), a professora Julia Rosa (História Indígena) e o motorista. Tínhamos concluído atividades da LINTER em Olivença e estávamos a caminho de Pau Brasil, onde teríamos atividades na aldeia Caramuru (Pataxó Hã Hã Hae). Os capangas pararam o carro e disseram: “tem um índio no carro” e, em seguidas, fomos violentamente expulsos do carro e o veículo foi levado por eles.
Fui orientado pelos colegas de trabalho a voltar de táxi para Itabuna, uma vez que os capangas demonstravam ódio contra índios. Foi o que eu fiz. No entanto, o taxi foi interceptado em Buerarema e lá fui espancado e ameaçado de morte por pessoas desconhecidas.
O carro do IFBA foi incendiado e jogado no meio da BR, na cidade de São José da Vitória. Os colegas de trabalho estão bem, na delegacia da cidade. E eu, nem sei onde estou… Escondido? De quê mesmo? Não cometi nenhum crime.
A violência contra nossos povos não recua e toma proporções alarmantes.
As autoridades pouco esforços mobilizam contra esse estado de coisas.
Edson Kayapó recebeu sua educação em um mosteiro de padres onde foi coagido a esquecer sua cultura, o que por força deste guerreiro não aconteceu. Hoje possui formação em PHD pela PUC-SP e atua na área da educação nas aldeias indígenas da Bahia compreendendo a etnia Pataxó hã hã hãe.
Edson Kayapó recebeu sua educação em um mosteiro de padres onde foi coagido a esquecer sua cultura, o que por força deste guerreiro não aconteceu. Hoje possui formação em PHD pela PUC-SP e atua na área da educação nas aldeias indígenas da Bahia compreendendo a etnia Pataxó hã hã hãe.