sexta-feira, 15 de junho de 2012

BELO MONTE FOI PARADA POR CERCA DE 300 PESSOAS


Belo Monte, Rio Xingu, 15 de junho de 2012 – Trezentas pessoas entre povos indígenas, agricultores, pescadores, ativistas e moradores afetados pela construção da Hidrelétrica de Belo Monte ocuparam essa manhã uma das ensecadeiras de Belo Monte – pequena barragem próxima da Vila de Santo Antônio. Abriram um canal com picaretas, pás, enxadas, deixando o Rio Xingu correr livre novamente. Moradores do Xingu fizeram uma faixa humana com as palavras “Pare Belo Monte”. No início da Rio +20, enviam uma mensagem da imensa devastação social e ambiental que este projeto está causando a região, alertando que hidrelétrica não é energia limpa. A mensagem dos povos é “Energia que não respeita a lei, a população local, violenta direitos indígenas, destrói comunidades e o meio ambiente não pode ser limpa”. Eles querem a paralização da construção de Belo Monte! Foto: Atossa Soltani/ Amazon Watch / Spectral Q.


Em ocupação simbólica das obras da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, o protesto Xingu+23 (contrapondo-se à Rio +23) contou com 300 índios, pequenos agricultores, pescadores e ribeirinhos que cavocaram e retiraram uma faixa do aterro que barra o rio Xingu, restabelecendo seu fluxo natural. Veja a foto desse momento histórico (clique sobre ela para ampliá-la):


O canteiro de obras da Usina Hidrelétrica de Belo Monte foi novamente ocupado, indígenas, pescadores, ribeirinhos, agricultores, quilombolas, estudantes, trabalhadores do campo e da cidade que participam da conferencia Xingu+23 resolveram mostrar mais uma vez, mesmo colocando em risco a sua integridade física, que Belo Monte não é um fato consumado.
O motivo desta nova ocupação são as diversas violações de direitos que os povos do Xingu vem sofrendo por parte do governo brasileiro. Os indígenas não tiveram direito as oitivas, os agricultores e as populações urbanas não estão tendo o direito de se manifestar sobre o futuro que querem, cientistas, pesquisadores e o Ministério público são ignorados. A Norte Energia assumiu o papel do Estado na região. Ameaça, desmanda e define o futuro dos povos. Enquanto isso, o judiciário brasileiro seque submisso ao executivo e a empresa.

Chamamos todos os lutadores e lutadoras do mundo, em especial aqueles que estão na cúpula dos povos, a virem para o Xingu ou fazerem chegar aos ouvidos dos chefes de estado que estarão na Rio+20, o clamor dos que lutam em defesa da floresta, do rio e da vida.
OS POVOS DO XINGU EXIGEM A IMEDIATA PARALISAÇÃO DA OBRA E O FIM DA DESTRUIÇÃO DA AMAZÔNIA PELO GOVERNO BRASILEIRO.
Fonte: Xingu Vivo Para Sempre