quinta-feira, 25 de agosto de 2011

PISTOLEIROS ATACAM ÍNDIOS NO MATO GROSSO DO SUL

Os Guaranis e Kaiowás, que tentam ocupar as áreas conhecidas como Pyelito e Mbarakay, no municipio de Iguatemi-MS, foram atacados na noite de ontem por pistoleiros, segundo nos relata o antropólogo Kaiowá Tonico Benites, há idosos feridos e dois desaparecidos.

São vários grupos que estão tentando voltar para este território, hoje, transformado em fazendas. Semana passada, um grupo havia se rendido a capangas que os encontraram na mata. No fim de semana, a notícia era que várias outras famílias se dirigiram para a área.

Os Guaranis e Kaiowás somam hoje cerca de 45 mil pessoas, ocupando apenas 42 mil hectares. A fata de terras tem ocasionado uma série de conflitos e problemas sociais, entre eles, ocasionamento uma crise humanitária, com altos índices de mortalidade infantil, violência e suicídios entre os jovens indigenas. Desde 2008, a FUNAI lançou um pacote de grupos de identificação de terras indigenas no estado, para tentar sanar o atraso de quase 20 anos na demarcação de terras do grupo, enttegues pelo estado brasileiro ao longo do século XX a colonos não indigenas.
As ocupações das terras reinvidicadas pelos indigenas são para pressionar pela rápida conclusão dos trabalhos de identificação, a cargo da FUNAI.

Por Spensy Pimentel

Desde a semana passada que os grupos indígenas estão sendo sitiados por pistoleiros no MS; já foi solicitada a presença da Policia Federal para dar segurança aos indígenas, porém ninguem apareceu, nada ainda foi feito. Mesmo os indígenas sofrendo ataques todos os dias, com armas de fogo e ameaças, o Estado Brasileiro simplesmente se omite.

Na noite do dia 23 de Agosto de 2011, exatamente as 20:00hs, pistoleiros atacaram os grupos Guaranis e Kaiowás que estavam acampando à margem da estrada publica.

Relatos do ataque, segundo Benites, feitos por um dos indigenas presentes, Dorival Kaiowá, é este: "Estava-mos rezando. De repente chegaram dois caminhões cheios de homens. Chegaram atirando. Ordenaram pra que queimassem as barracas, roupas e pra amarrar todos os índios. Ocorreu muito choro das mulheres e crianças e muitos tiros. Saimos correndo. Em 7 estamos agora a mais ou menos 300 metros do local vendo as barracas queimar. Muito choro agente escuta daqui. Lanternas estão focando pra lá e pra cá. Tem muito tiro. As crianças e idosos não conseguiram correr."

Extraído do Ação Jovens Indigenas de Dourados, AJINDO
http://www.jovensindigenas.org.br/

O MPF investiga o ataque e encontrou cerca de 20 balas de borrachas deflagradas no local e afirma que vai instaurar inquerito por genocídio para apurar o caso.

Nesta Quinta-feira (25) o procurador da república, Antonio Marcos Delfino, ao portal G1 de notícias da Globo que vai instaurar inquerito por genocidio para apurar o caso. "É muito claro que as familias acampadas foram atacadas pelo simples fato de serem indígenas. Por isso vamos classificar o caso como genocídio, por se tratar de um crime motivado por diferenças étnicas" relata o Procurados.

Extraído do G1 portal de noticias da globo.
www.g1.com.br/mato-grosso-do-sul/noticia/2011/08/mpf-investiga-ataque-acampamento-indigena-que-deixou-3-feridos-em-ms.html

O antropólogo Tonico Benites, informa agora as 23:28 de 25 de Agosto de 2011, por telefone, que alguns feridos foram resgatados do rio, pois estavam às margens. Nenhum parente veio a óbito e todos passam bem

Uma notícia que me corta o coração e me faz lagrimar ao publicar esta matéria.
A que ponto chegamos?
Será mesmo que a iolência só existe nas reservas indígenas? Que os selvagens violentos somos nós, índios?

Informação e indagação por Kuana Kamayurá.

Maiores informações:

FUNAI de Porá ou Dourados : (67) 3424-5236
Ministério Publico Federal de Dourados: (67) 3411-1700
Conselho indigenista Missionário de Dourados : (67) 3424-9410
Ministério Publico Federal em Mato Grosso do Sul : (67) 3312-7265 / 9297-1903 - (67) 3312-7283 / 9142-3976