quarta-feira, 3 de agosto de 2011

FUTURA TRAGEDIA ECONOMICA - Belo Monte e o exemplo das outras usinas


Depois da revolução industrial, a busca por outras fontes de energia tornou-se fundamental, pois a energia extraida do carvão limitava-se apenas às áreas onde ele era encontrado. Necessitava-se de algo mais amplo e garantido.

No Brasil a primeira usina hidroelétrica foi construida no município de Diamantina-MG no final do século XIX, às margens do Ribeirão Preto, afluente do rio Jequitinhonha, para fins particulares. A segunda usina construida, quase ao mesmo tempo em Juiz de Fora, mas para fins de distribuição pública, no rio Paraibúna, produzia energia para as cidades proximas e suas turbinas eram movidas à base de carvão e petróleo, combustiveis que o Brasil importava para a manutenção da usina.

Por serem consideradas fontes de energia limpa e renovável, as usinas Hidroelétricas tomaram larga escala de construção em todo o mundo. No Brasil as usinas de Itaipú e Tucuruí foram ,nas décadas de 60 e 70, um símbolo de progresso no Brasil, porém causou graves prejuizos sociais e economicos. A retirada de milhares de pessoas da região da usina e da região alagada; migração excessiva para as regiões proximas, depreciação do atendimento publico, alto índece de desemprego, aumento da violencia e exploração sexual de crianças e adolecentes, além de um desfalque gigantesco e uma absurda divida externa bilionária.

UM PROBLEMA CHAMADO BELO MONTE

A exemplo da usina de Balbina no Amazonas, que é considerada uma verdadeira tragédia economica, social e ambiental, Belo Monte aponta os mesmos dados técnicos que estão sendo perigosamente ignorados pelo governo. O terreno plano do xingu causará a mesma tragédia do terreno plano da localidade da usina de Balbina, onde milhares de árvores foram tragadas pelas águas represadas, as cidadelas mais proximas foram inundadas e milhares de familia foram pegas de suspresa, pois o terreno plano da região facilitou a inundação de tal forma que se tornou incontrolável. Erro técnico apontado nos estudos da época que foram ignorados pelo governo, tal qual esta acontecendo com o caso Belo Monte.

O artigo de Biviany Rojas "O Caso da Usina de Belo Monte" apresenta a história do projeto Kararaô que remonta ao período ditatório militar, que fora resgatado e remodelado pelo governo, porém, ignorando as legislações atuais. O alagamento de 600Km² assusta a população e principalmente os especialistas que sabem que, por o terreno da área ser plano, a área de inundação podera ser bem maior do que o previsto, colocando em sério risco, a vida de milhares de ribeirinhos, camponeses e índios isolados da região( que inclusivem sequer tem conhecimento da construção da usina), e que dependem diretamente e ate exclusivamente do Rio Xingu para sobreviver.

Os impactos socio-ambientais jamais poderiam ser justificados pela produção de 11 mil MW, visto que a maioria das turbinas ficariam completamente ociosas por pelo menos 6 meses ao ano.

O Estado Democrático de Direito está gravemente ameaçado pela pressa, irresponsabilidade e a falta de compromentimento do governo e é na justiça e nas atitudes louváveis, como a do Juiz Guilherme Mendonça Doehler, titular da 19a Vara Federal de MG, que suspendeu as obras do aeroporto de confins por questões ambientais, que a população da região do Xingu e Altamira guardam suas últimas esperanças de se manteres vivos e de um desenvolvimento simples e verdadeiramente sustentável que não se baseie apenas em anseios economicos e lucros.