Em uma entrevista independente realizada pelo Frente de Ação Pro-Xingu, durante o encontro de comemoração dos 50 anos do parque nacional do Xingu, o Cacique Piracumã Yawalapti falou bem claro que eles não estão brincando, apenas estão aguardando o momento certo para se dirigirem até o local dispostos a matar ou morrer para defender suas terras.
Na mesma entrevista, outros grandes caciques como Raoni Metuktire, Kotok Kamayurá, Afukaká Kuikuro, Yamuni Mehinako entre outros lideres, falam sobre a construção da usina e deixam claro que não irão se render enquanto tiverem vida.
( veja a entrevista completa em http://www.youtube.com/watch?v=DP2exOGLlYQ)
Em uma entrevista à organização Xingu Vivo, a líder Sheila Juruna fala sobre a falta de respeito por parte do governo às populações locais que são ignoradas e exposta a riscos constantemente.
Sheila afirma que "(...)há uma ligação muito forte do povo com o rio, e não só do povo Juruna. é de todos os povos que habitam a região. Para nós é dentro do rio que está o céu, então tem toda uma ligação espiritual.(...) E vai ser tudo isso que o empreendimento vai atingir. Nós temos conciencia de que Belo Monte não será apenas um empreendimento, vai ser uma porta para outros que virão e estão camuflados. não tem cabimento pensar que Belo Monte será só uma barragem. Nós conhecemos o nosso rio, ele não é suficiente, ele seca!(...)"
Sobre os procedimentos do governo de reuniões com os povos indigenas em respeito de Belo Monte, Sheila afirma que há muita coisa escondida, muita coisa obscura...
(...) Em primeiro lugar a mentira de que fomos consultados, por que não fomos. A minha comunidade fica em uma área que vai ser diretamente atingida e até hoje o governo nunca fez oitivas com as comunidades. (...) Temos nove povos só no Médio Xingu e eles estão sendo desconsiderados. O governo usa pequenas reuniões, usa nossas fotos para divulgar por aí que fomos ouvidos e que o processo esta sendo legal.(...)
E evidente que o governo esta fazendo todo um jogo me marketing manipulativo com a finalidade de apontar os pontos positivos da construção da usina, que na sua inteira veracidade, não passam de pontos fictos, ilusórios. Também é notório que o governo se omite diante de serios problemas que assolam as comunidades indigenas. Um exemplo claro disto acontece com os Araras que estão correndo risco eminente de morte devido a confitos agrários no pará, e os Guaranis Kaiowá no Mato Grosso do Sul. De que adianta o governo demarcar áreas indigenas e não realizar a desapropriação devida?
As terras dos indios xavantes na região do Alto da Boa Vista no nordeste do Mato Grosso, foi invadida por agropecuaristas ilegais que destruiram a floresta, alguns ganharam a apropriação na justiça, e ate hoje os índios vem lutando para recuperar suas terras que foram violentamente invadidas. Todo o gado criado ilegalmente nessas fazendas invasoras, são comprados por frigorificos legalizados e a carne é direcionada para supermercados tambem legalizados. Uma grande máfia mantida às custas da vida de muitos indígenas.
Sheila Juruna alega na reportagem que os índios ja estão pintados para a guerra e preparados para a luta, e que a luta agora sera no Xingu, não mais em Brasilia. Sheila agradece o apoio de todos e pede para que todos os apoiantes se dirijam ao Xingu pois agora a luta sera do jeito indígena, e lá, no lugar das obras da barragem.
"(...) Não vamos abrir mão desse direito nosso porque não precisamos de barragem, nós não precisamos de empreendimentos de destruição para ter o mínimo que nós precisamos, nossos direitos." Diz Sheila.
Veja a materia completa com a líder Sheila Juruna no site http://www.xinguvivo.org.br/2011/07/26/povos-ainda-poderao-ir-a-guerra-contra-usina-de-belo-monte/
E não são somente os povos indígenas que declararam guerra contra a construção do empreendimento. Os ribeirinhos também. A ameaça de uma guerra civil por parte dos índios e ribeirinhos contra o governo deixa agora de ser uma simples ameaça para ser uma certeza eminente se, por ventura, o governo brasileiro insistir na construção deste projeto conprovadamente inviável.