Reinvindicações são desencontradas; funcionários da Sema dizem que sofreram agressões.
Índios das etnias caiapó e caiabi, de São José do Xingu (1.200 km ao Nordeste de Cuiabá), libertaram, na tarde desta quinta-feira (8), dois servidores da Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema), que tinham sido pegos como reféns, no final da tarde de quarta-feira (7).
Além do gerente e técnico, que atendem no Parque Estadual do Xingu, um comerciante e um policial civil também foram aprisionados pelos índios.
Os servidores foram pegos como reféns quando faziam rondas rotineiras no parque. Os índios alegaram que queriam denunciar a pesca predatória no Rio Xingu e também queriam fosse agendada uma reunião com diretores da Fundação Nacional do Índio (Funai).
Lideranças indígenas reclamam, também, da demissão do cacique Megaron Txucarramãe da Funai, em novembro do ano passado.
O fiscal da Sema, Lúcio Lindolfo, disse, em entrevista ao site Agência da Notícia, que chegou a ser agredido pelos índios com golpes de facão. Ele revelou ainda que, a todo o momento, eram humilhados e ameaçados.
“Foi tudo muito rápido. Nós estávamos conversando normalmente, quando, de repente, os indígenas começaram a conversar na língua deles e começou a revolta. Fizeram a gente de refém. Foram momentos angustiantes”, declarou.
Os reféns só foram liberados após funcionários da Funai irem até a aldeia e conversarem com os índios.
Cárcere em Colíder
Em 13 de fevereiro passado, o servidor da Funai, Manoel Aparecido de Mello Nunes, 42, foi tomado como refém por índios caiapós, na aldeia Kapot-nhinore, região de Colíder (648 km ao Norte de Cuiabá).
Ele foi acionado para vistoriar um caminhão que, na visão dos índios, teria sido explodido por ação criminosa. Dos três funcionários da Funai de Colíder que chegaram à aldeia de avião, após mais de duas horas de voo, apenas Manoel Nunes ficou refém, por ser o único não-índio.
Ele afirmou que sofreu tortura e que passou fome, durante o cárcere na aldeia. Além disso, chegou a ficar despido e sofrendo picadas de insetos.
“Fiquei todos esses dias sem comer, só bebia água da chuva. Durante o dia eles, me deixavam amarrado pelas mãos, ao lado do rádio; à noite, eu dormia em uma oca”, descreveu.
Após este episódio de violência, o servidor da Funai já pediu transferência para Brasília. O direção da Funai em Colíder disse que a resposta sobre o caso sai em 30 dias.
Colaborou Agência da Notícia
Fonte: Media News