Mayalú Txucarramãe, neta do Líder Cacique Raoni e fundador do Movimento Mebengokrê Nyre (Movimento Jovens Indígena)
O Cacique Raoni é uma figura mundialmente conhecida, um símbolo universal da luta para a conservação de florestas tropicais e em particular a maior delas : a floresta amazônica. Se ele combateu toda sua vida para os povos nativos, muitas pessoas se perguntam quem vai lhe suceder. Por muito tempo foi questão de ser seu filho Tedje, que o acompanhou em Europa no ano 2000, mas este morreu de modo trágico já há muito tempo. Hoje a geração dos jovem guerreiros kayapo Mebengogrê emerge e produz personalidades promissoras, dominando as tecnologias novas, mas defendendo as tradições ancestrais. Nós publicamos recentemente um texto de Patxon Metuktire e Mayalú Txucarramãe, filha do cacique Megaron e neta do cacique Raoni, que faz igualmente parte dessa juventude guerreira. Ela iniciou o Movimento dos jovens Mebengokrê (Movimento Mebengokrê Nyre) que nos fora apresentado em 18/08/2012, publicado no site Raoni.com.
"O grupo de jovem foi uma idéia que eu tive, logo após a exoneração do meu pai (o cacique Megaron Txucarramãe) e quando o meu avô Raoni foi para aldeia e lá começou a ficar frustado, com tanto desrespeito que a FUNAI vinha nos tratando.
Na cidade tudo estava fora do eixo, os jovens cada vez mais consumindo bebida alcoolica, os adolescentes todas as madrugadas embriagados e quando meu pai e meu avô estavam na cidade dificilmente isso ocorria.
Eu estava quase desistindo de tudo, sinceramente pela primeira vez eu estava com muito medo de como seria o nosso futuro com aquela situação toda.
Foi então que comecei a pensar em fazer algo para ajudar e de orgulhar meu pai e meu avô, refleti que o povo do meu avô, por quem ele tanto lutou não podia acabar assim e conversei muito com meus irmãos Kena, Atamai, Bepkoti e meu primo Roiti filho do Bedjai.
A partir daí fomos repassando a idéia adiante, pedi permissão e apoio a meu avô Raoni e meu pai, eles me deram o total apoio, foi então que fizemos a primeira reunião para escolhermos o nome do grupo e qual seria o objetivo do nosso grupo. Esse Movimento é formado pela maioria de jovem de 15 à 25 anos, jovens que assim como eu não sabiam o que seria daquele dia em diante, estávamos nos sentindo sozinhos, foi isso que nos uniu.
Foi assim que surgiu Movimento Mebengokre Nyre que tem como membros Kayapó, Juruna e Tapayuna, mas pretendemos incluir todas outras etnias dessa região para fortalecer e dar continuidade a luta dos nossos pais e avôs.
O MMN começou a agir em Janeiro. Em Fevereiro ajudamos muito na comunicação com Kapotnhinore, a iniciativa de acamparmos na FUNAI para tirarmos o Sebastião punure foi nosso com todo apoio das mulheres ao meu pedido e assim as mulheres vem nos dando força para seguir a luta.
Agora por último tivemos a idéia de levar 40 guerreiros para apoiar o nosso avô e meu pai na Rio+20 e com todo apoio e nome que o Instituto Raoni tem e com seus apoiadores financeiros, conseguimos levar os guerreiros com uns dos nossos membros, sendo Yakarewa Juruna, Patxon Metuktire, Roiti Metuktire, Kena Waurá Txucarramãe, Uitsumá Kopre W. Txucarramãe, Ngruako Metutkire, e eu para a Rio+20.
Hoje temos 25 participantes ativos e pretendemos com certeza aumentar mais membros . E então para nós essas foram as nossas primeiras conquistas, tivemos muita coragem e ousadia para concretizar essas idéias, estávamos muito cansados de tudo que não pensamos nas conseqüências, só em agir e trazer de volta a força e a garra do meu avô e meu pai, e estamos satisfeitos com isso e pretendemos não parar mais.
Bom assim é a historia do nosso Movimento Wakampu."
Na cidade tudo estava fora do eixo, os jovens cada vez mais consumindo bebida alcoolica, os adolescentes todas as madrugadas embriagados e quando meu pai e meu avô estavam na cidade dificilmente isso ocorria.
Eu estava quase desistindo de tudo, sinceramente pela primeira vez eu estava com muito medo de como seria o nosso futuro com aquela situação toda.
Foi então que comecei a pensar em fazer algo para ajudar e de orgulhar meu pai e meu avô, refleti que o povo do meu avô, por quem ele tanto lutou não podia acabar assim e conversei muito com meus irmãos Kena, Atamai, Bepkoti e meu primo Roiti filho do Bedjai.
A partir daí fomos repassando a idéia adiante, pedi permissão e apoio a meu avô Raoni e meu pai, eles me deram o total apoio, foi então que fizemos a primeira reunião para escolhermos o nome do grupo e qual seria o objetivo do nosso grupo. Esse Movimento é formado pela maioria de jovem de 15 à 25 anos, jovens que assim como eu não sabiam o que seria daquele dia em diante, estávamos nos sentindo sozinhos, foi isso que nos uniu.
Foi assim que surgiu Movimento Mebengokre Nyre que tem como membros Kayapó, Juruna e Tapayuna, mas pretendemos incluir todas outras etnias dessa região para fortalecer e dar continuidade a luta dos nossos pais e avôs.
O MMN começou a agir em Janeiro. Em Fevereiro ajudamos muito na comunicação com Kapotnhinore, a iniciativa de acamparmos na FUNAI para tirarmos o Sebastião punure foi nosso com todo apoio das mulheres ao meu pedido e assim as mulheres vem nos dando força para seguir a luta.
Agora por último tivemos a idéia de levar 40 guerreiros para apoiar o nosso avô e meu pai na Rio+20 e com todo apoio e nome que o Instituto Raoni tem e com seus apoiadores financeiros, conseguimos levar os guerreiros com uns dos nossos membros, sendo Yakarewa Juruna, Patxon Metuktire, Roiti Metuktire, Kena Waurá Txucarramãe, Uitsumá Kopre W. Txucarramãe, Ngruako Metutkire, e eu para a Rio+20.
Hoje temos 25 participantes ativos e pretendemos com certeza aumentar mais membros . E então para nós essas foram as nossas primeiras conquistas, tivemos muita coragem e ousadia para concretizar essas idéias, estávamos muito cansados de tudo que não pensamos nas conseqüências, só em agir e trazer de volta a força e a garra do meu avô e meu pai, e estamos satisfeitos com isso e pretendemos não parar mais.
Bom assim é a historia do nosso Movimento Wakampu."
Mayalú Kokometi Waurá Txucarramãe.